A quantidade de consumidores inadimplentes pertencentes às classes A e B está aumentando: hoje eles representam 18,1% dos que estão em busca de empréstimos concedidos a negativados, revela uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). A modalidade de crédito é obtida com o mínimo de burocracia e mesmo que o consumidor esteja com o nome sujo.
Os dados apontam que um em cada dez brasileiros (13,3%) atualmente inadimplentes ou que estiveram nessa situação há no máximo doze meses já fez empréstimo com financeiras que fornecem crédito a negativados.
A principal justificativa de quem tomou este tipo de empréstimo é que foi a única forma encontrada para quitar as dívidas (47,4%). Outros 21,4% garantem que não conseguiram crédito em outros bancos, enquanto 8,9% disseram ser a forma mais rápida de limpar o nome. A avaliação da dificuldade de contratar esse tipo de crédito mostra que a maior parte considera fácil a contratação, contra 21,3% que a consideraram difícil.
Para os especialistas do SPC Brasil, trata-se, na prática, de contrair uma dívida a fim de quitar outras – uma decisão que pode comprometer ainda mais as finanças pessoais. “As taxas de juros nesta modalidade costumam estar entre as mais altas praticadas no mercado, ultrapassando 900% ao ano em alguns casos, de acordo com dados do Banco Central”, disse em nota a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Considerando os entrevistados que já fizeram esse empréstimo, o conhecimento sobre as financeiras se deu principalmente pela internet (23,6%), por anúncios em TV, jornais e revistas (22,2%) e por indicação de amigos e parentes (14,1%), sendo que 76,7% fecharam o empréstimo pessoalmente nas instalações das empresas.