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Demanda por crédito cresce em meio à volatilidade econômica

Demanda por crédito cresce em meio à volatilidade econômica

Com mais de 72,54 milhões de brasileiros inadimplentes, busca por crédito pode aumentar ou diminuir de acordo com índice de desemprego, altas dos juros e inflação.

A procura por crédito no Brasil tem se mostrado crescente e multifacetada, além de refletir tanto a resiliência quanto as dificuldades econômicas da população. A conjuntura econômica, marcada por variações na taxa de juros, inflação e políticas governamentais, influencia diretamente o comportamento dos consumidores. Nesse cenário, um estudo feito pelo Indicador de Demanda por Crédito da Confederação Nacional de Diretores Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou um aumento de 3,01% na busca por esse recurso financeiro em maio de 2024, em comparação com o mesmo mês em 2023.

Ao mesmo tempo, se a comparação é feita com abril de 2024, houve queda de 4,77%. Além disso, o levantamento mostra que a maioria das pessoas que buscam por crédito no Brasil são homens (53,61%) e, em relação à faixa etária, pessoas entre 40 e 49 anos (24,88%).

“Nos últimos 12 meses, o país teve uma melhora na renda e no desemprego, por isso é normal que a busca por crédito tenha aumentado em comparação com o ano passado”, comenta José César da Costa, presidente da CNDL. “Em relação ao último mês, observamos uma queda, o que, apesar do momento de retomada do crédito, indica que essa recuperação pode ser afetada pelas recentes decisões macroeconômicas. A sinalização de estabilização dos juros no patamar atual e o cenário econômico internacional acendem um sinal de alerta para os consumidores. Tomar crédito pode ficar mais caro e difícil nos próximos meses, o que deve fazer com que se diminua também a contratação de financiamentos e créditos no país”.

Consulta de crédito

O levantamento mostrou ainda o número de consumidores brasileiros que fizeram uma contratação de crédito. De acordo com o estudo, esse percentual é de 1,92%. Entre os mais escolhidos estão os empréstimos (71,04%) e financiamentos (27,35%). Mais de uma opção pode ser contratada por um único CPF.

As instituições financeiras consultaram os nomes dos consumidores brasileiros para verificar possíveis restrições de crédito, aponta o levantamento. Os bancos e cooperativas estão na liderança entre as companhias que mais fizeram consultas (32,83%), seguidos pelas operadoras de seguro de vida (28,32%). O resultado dessa pesquisa é que, em maio, 32,27% dos consumidores possuíam alguma restrição de crédito ativa.

“O consumidor deve ficar atento e analisar bem antes de contratar um empréstimo ou financiamento”, alerta Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil. “É preciso pesquisar e se informar detalhadamente a respeito de todas as taxas e cobranças contratuais. Além disso, dívidas atreladas a um indexador como Selic ou IPCA têm alterações nas parcelas, por isso é necessário olhar as tendências de mercado para saber qual a melhor alternativa”.

O cenário da inadimplência no Brasil

O “Mapa de Inadimplência e Negociações de Dívidas no Brasil”, produzido pela Serasa, mostrou que, em maio de 2024, o número de pessoas com restrição de crédito causada por dívidas chegou a 72,54 milhões. O valor médio devido por cada brasileiro alcançou R$ 5.445,31. Ao todo, são 273,24 milhões de dívidas, que somam o valor de R$ 394,9 bilhões.

Anteriormente, em março de 2024, segundo dados da CNDL e do SPC Brasil, o número de inadimplentes no Brasil chegou a 67,18 milhões. Quando comparado ao mesmo período no ano passado, o aumento foi de 2,67%. Os números mostram que 40,89% da população adulta do país está inadimplente. Segundo o presidente do CNDL, isso se deve ao fato de as famílias terem se endividado na pandemia de Covid-19. Após o período pandêmico, os brasileiros ainda têm se reequilibrado quanto à vida financeira, e chegar a um patamar estável pode demorar um tempo.

Em março, 23,59% dos consumidores negativados estavam na faixa etária de 30 a 39 anos, o que totaliza 16,57 milhões de pessoas. Isso significa que quase metade (48,67%) dos brasileiros dessa faixa etária estão registrados como inadimplentes. Já a distribuição dos devedores por gênero mostra uma divisão relativamente equilibrada, com 51,12% sendo mulheres e 48,88% homens. Em média, cada consumidor negativado devia R$ 4.397,99 em março de 2024, quando considerada a soma de todas as suas dívidas. Além disso, cada inadimplente devia para aproximadamente 2,10 empresas credoras, reforçando a complexidade da situação financeira desses consumidores.

CCX

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