As vendas do varejo brasileiro refletiram em janeiro o momento político-econômico conturbado. Em meio à queda da confiança dos consumidores logo após a posse de Dilma Rousseff, todos os setores dependentes de crédito apresentaram redução nas vendas em relação ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto os 8 setores que formam o varejo ?restrito? somaram um crescimento de 0,6% em relação ao mesmo período de 2014, o varejo ampliado (que inclui materiais de construção e automóveis) apresentou uma queda de 4,9% na comparação anual. As vendas de veículos recuaram 16,6% (completando 11 meses consecutivos de declínio) e as de materiais de construção, 2,8%. Em móveis e eletrodomésticos, outro segmento que tem seu desempenho baseado em crédito, houve queda de 3,1% na comparação anual, puxada por declínio de 11% em móveis.
?Efeito batom?
O destaque positivo na PMC ficou para o setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com alta de 19% na comparação anual, mas variação zero nos últimos 12 meses (em relação aos 12 meses anteriores). O segmento de farmácias e perfumaria, por sua vez, cresceu 5% em janeiro e tem o melhor desempenho entre todos os setores nos últimos 12 meses, com 8,3% de crescimento.
Os setores mais diretamente dependentes do aumento de renda da população tiveram um desempenho tímido em janeiro. O segmento de super/hipermercados cresceu 0,2% na comparação anual, depois de ter caído 0,9% em dezembro. Nos últimos 12 meses, acumula expansão de 0,9%. O setor de vestuário, por sua vez, caiu 0,7% no mês e 1,3% nos últimos 12 meses. Com o cenário macroeconômico pouco otimista, é de se esperar um primeiro semestre de vendas fracas.
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