A eficiência energética é uma constante preocupação contemporânea – e alguns varejistas estão se esforçando nesse sentido. Em 2015, a cooperativa de consumo Coop investiu R$ 70 milhões em expansão e projetos de reforma e revitalização das suas unidades e alocará mais R$ 110 milhões em 2016.
A empresa aponta que boa parte deste investimento é direcionada para a cadeia do frio e, principalmente, para novas tecnologias capazes de economizar energia, um dos maiores custos de operação da rede. “Em 2015, o custo de energia elétrica aumentou 51%, mesmo com contratos de compra de energia no mercado livre, e representou despesa superior a R$ 20 milhões”, revela o gerente de manutenção, Marco Antonio Feresin.
Em 2015, a Coop inaugurou sua loja mais moderna e sustentável, na cidade de Tatuí, no interior de São Paulo. Entre os diferenciais da unidade, que ocupa um prédio histórico tombado, está o uso de CO2 no sistema de congelados, propileno glicol no de refrigerados, os balcões fechados, iluminação LED em todas as instalações, inclusive nas câmaras frias, e motores eletrônicos. O sistema de ar condicionado aproveita a entalpia favorável do ar externo para redução do consumo de energia e dispõe de captação da água de condensação para reuso. Outra novidade é o estacionamento com sistema de controle da concentração de monóxido de carbono, vagas sinalizadas e um sistema de ventilação por indução, que garantem a qualidade do ar.
Também no ano passado, a unidade Joaquim Nabuco, localizada em São Bernardo do Campo, passou por um completo retrofit. Somente na área de refrigeração, o aumento da área instalada foi superior a 190%. “Passamos de 102m para 117m lineares de gabinetes refrigerados, de 124m2 para 260m2 nas áreas de câmara de refrigeradas, de 65m para 74m lineares de ilhas congeladas, de 40m2 para 67m2 nas áreas de câmaras congeladas, além de inserirmos 152m2 de áreas climatizadas de preparos. Todos os novos projetos são pensados para privilegiar a cadeia de refrigeração, sobretudo a questão da retaguarda, isto é, receber, estocar e processar melhor”, descreve Feresin.
Para ambas as lojas, a Danfoss, em projeto desenvolvido em parceria com a Plotter Racks, forneceu um conjunto de controladores para automatização dos sistemas de refrigeração e ar condicionado, entre os quais os racks de refrigeração, os condensadores, as câmaras frias, os balcões refrigerados e as áreas de preparo, além do sistema de climatização.
Resultados
De acordo com o engenheiro da Coop, a economia de energia com a adoção de novos sistemas de refrigeração e controles é superior a 30%. “Não é só a economia de energia. Com as novas tecnologias, reduzimos o custo de manutenção e de perdas. O investimento se paga em dois anos facilmente”, crava Feresin.
Considerando que pelo menos 70% do custo da energia vem de refrigeração e ar condicionado, o próximo passo, de acordo com o gerente de manutenção, é a implantação de departamento de monitoramento. “A ideia é acompanhar em tempo real todos os sistemas de refrigeração e detectar no ato caso algo saia do parâmetro, para que seja tomada a medida rapidamente, evitando perdas e consumo desnecessário de energia.”