A Natura abriu ontem (27) a primeira loja da marca, no Shopping Morumbi, em São Paulo. Há muito o mercado esperava por esse passo na estratégia da companhia, que tem registrado quedas sucessivas no lucro. Ano passado, o recuo foi de 30% no acumulado do ano. A especulação a respeito da entrada da marca no varejo físico ficou mais forte quando o Grupo O Boticário entrou no mercado de vendas diretas, em 2011, com a Eudora.
NOVAREJO adiantou que as lojas físicas saíriam do papel desde 2014 e a companhia veio reforçando os planos semestre a semestre. A estratégia ficou mais clara quando a companhia colocou a linha de produtos SOU para serem vendidas nas farmácias da rede Drogasil.
Para tirar a primeira loja do papel, a companhia apostou na co-criação. A empresa abriu concorrência para alguns escritórios de arquitetura. Os dois finalistas montaram duas lojas em Cajamar, onde a companhia mantém sua estrutura de produção. Lá, em torno de 500 consumidores, consultores, colaboradores e fornecedores visitaram as lojas-modelo e deram seus pitacos.
O projeto escolhido foi criado pelo escritório de arquitetura Santa Irreverência, de Niterói (RJ), e a comunicação visual da loja ficou a cargo da agência de visual merchandising Vimer.
“Mais do que trazer a proposta de valor da nossa marca, a gente quis reforçar com esse processo que a Natura é feita por nós”, afirma Andrea Eboli, diretora de marketing da Companhia. “O nosso grande desafio foi trazer a Natura para dentro da loja. É fácil criar um projeto de varejo, mas como trazer a Natura, com sua proposta de valor, sua responsabilidade social e para dentro de uma loja? Tivemos esse cuidado de trazer elementos que refletissem nossa marca”, conta a executiva.
O espaço de 68 metros quadrados prioriza a experimentação dos produtos, que pode ser feita em uma grande mesa no centro da loja. “As lojas físicas contribuirão para gerar experimentação e conhecimento de nossa marca, com efeito positivo para todos os canais. Alguém que comprou na loja hoje pode comprar com uma consultora em outra ocasião”, afirmou, em nota, Roberto Lima, presidente da Natura.
Com a operação, a marca já pensa na expansão e não descarta o crescimento via franquias. “Essa loja é mais do que uma loja-conceito. É um canal com o qual a gente quer crescer”, afirma João Paulo Ferreira, vice-presidente comercial da Natura. “Franquia é uma possibilidade entre as alternativas de crescimento, mas não estamos preparados ainda, porque não operamos ainda. Nosso foco agora é abrir algumas unidades próprias para fixar o conceito, para que o cliente e acostume antes de criar uma proposta de expansão”, explica o executivo.
Conheça a primeira loja da marca que tem quase meio século de mercado.