Os termômetros de São Paulo marcam 31° em pleno início de tarde de uma segunda-feira, mas não há mesas disponíveis no Coffee Lab para quem quer tomar um cafezinho depois do almoço. Os amantes de café coado preferem se acomodar em bancos e aguardar. Em poucos minutos é possível desfrutar com calma o ambiente criado e orquestrado pela barista Isabela Raposeiras.
A cafeteria surgiu em 2009, nove anos depois da criação do Coffee Lab Escola, um espaço onde a barista até hoje dá aulas para a formação de novos profissionais do segmento, treinamento dos próprios funcionários ou ainda pequenos cursos para pessoas aprenderem a consumir café “gourmet”. Foi com essas características de escola que a cafeteria surgiu e ganhou fãs.
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“O Coffee Lab é muito mais do que um lugar para tomar café. Queremos que as pessoas saiam daqui sabendo como é a experiência de tomar um café diferente, realmente encorpado e com os sabores corretos. A cafeteria também é um processo educacional e as pessoas gostam disso. Temos clientes que vêm do mundo inteiro testar os nossos processos com os cafés nacionais”, conta Cristiana Couto, diretora do Coffee Lab Escola.
O lugar fica próximo à estação de metrô Fradique Coutinho, um bairro nobre e jovem da capital paulista conhecido pela diversidade. Na porta de entrada, não há placas ou fachadas desenhadas. Apenas a xícara de café, símbolo do Coffee Lab, indica o que funciona ali.
Dentro do espaço, a cafeteria é dividida em dois ambientes: o lado de fora da casa funciona como um jardim, onde as mesas compartilhadas dividem espaços com plantas; e na parte de dentro, que se confunde com a cozinha, há moedores de cafés e mais mesas para compartilhamento. Ambos os espaços foram estrategicamente pensados para que os clientes passem horas ali, se sentindo em casa.
No espaço, os clientes podem passar por nove tipos de rituais de degustação. As opções variam de comparação entre o café comprado em supermercado e um de alta qualidade à combinação de cafés com queijos ou doces. É possível também comprar porções de cafés dos pequenos produtores que abastecem o Coffee Lab.
“Fazemos de tudo para que os nossos clientes se sintam em casa. Por isso, é muito comum vermos pessoas que vêm fazer reuniões, estudar ou só usar a internet. Não limitamos os espaços das mesas nem obrigamos a necessidade mínima de consumo e os nossos funcionários foram treinados para transformar a experiência dos nossos clientes na melhor possível”, diz Cristiana.
Curiosidades
Ao entrar no espaço, o cliente se depara com a imagem de Santo Expedito “tomando” a sua xícara de café do dia. É ele quem recebe, todas as manhãs, a primeira dose de expresso após a calibração das máquinas de moer o café, um costume herdado da avó da barista e garantido pelos funcionários. O aroma do ambiente não poderia ser diferente: vários tipos de grãos nacionais artesanais escolhidos pela própria Isabela são moídos na hora: ao gosto e à preferência do cliente.
A movimentação, aliás, é comum durante todo o horário de atendimento. Segundo Cristiana, a empresa sentiu pouco o impacto da crise. Apesar disso, ela afirma que dificilmente haverá expansão da marca nos próximos anos. “Gostamos de pensar em cada detalhe. Seja no treinamento dos funcionários, seja na decoração do ambiente. Como a Isabela não tem sócios, fica difícil pensar em crescer”, completa.
A notícia poderia desanimar qualquer amante de café, mas a fila de espera na frente do Coffee Lab continua a crescer e os clientes não parecem se importar com isso. Tem café para todo mundo e quem está com pressa pode comprar o pó para fazer em casa e, de quebra, ganhar dicas dos baristas de como reproduzir igualzinho o café tomado na cafeteria.
Veja mais fotos do Coffee Lab na edição de setembro da NOVAREJO
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