O micro e pequeno empreendedor está mais confiante agora, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados do SPC Brasil e da CNDL, a confiança passou para 49,8 pontos em maio, frente aos 36,6 pontos verificados em maio de 2016.
A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais confiantes estão os empresários.
Na relação com abril, contudo, houve piora na confiança. Os motivos são claros: a instabilidade em Brasília gera tensão entre os empresários de todos os portes. O micro e pequeno empreendedor, que possui um caixa menor em geral, é mais afetado.
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Para se ter uma ideia do tamanho das incertezas, a pesquisa apurou que para 61% dos empresários a economia piorou nos últimos seis meses. Outros 25% acreditam que o quadro se manteve estável, enquanto somente 13% relataram ter sentido alguma melhora.
Quando a análise se detém aos seus próprios negócios, mais da metade (51%) avaliam que houve alguma piora, contra 15% de empresários que viram uma reversão positiva do quadro. Os que avaliam o cenário interno de suas empresas como estável ao longo dos últimos seis meses somam 34% da amostra.
Na avaliação dos economistas do SPC Brasil, a interrupção do crescimento da confiança dos empresários deve-se, basicamente, à lentidão do processo de retomada da economia e às instabilidades políticas.
“A plena retomada da confiança depende de um mínimo de previsibilidade no cenário político e econômico, fato que ainda estamos distantes de alcançar. Há, diariamente, uma profusão de notícias bastante negativas que acabam inibindo o empresariado. Para os próximos meses, a depender da duração e intensidade da atual crise, é de se esperar uma piora dos índices de confiança para o segundo semestre”, analisou em nota o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Situação futura
Para o futuro, 45% dos entrevistados se dizem, em algum modo, otimistas para os próximos seis meses. Na avaliação de 31%, a situação permanecerá do mesmo jeito, ao passo que 20% acreditam em um aprofundamento da crise.
Entre os pessimistas diante da situação econômica, a questão política tem um peso fundamental: 35% desses empresários acreditam que haverá um aprofundamento da crise econômica por haver incertezas na esfera política. Há ainda um terço (33%) de entrevistados que citam o fato de o pais atravessar problemas econômicos graves e 11% que acreditam na volta do descontrole da inflação. Outros 11% avaliam que a contínua queda das vendas deve prejudicar a recuperação econômica.
Para os que manifestam otimismo com o futuro da economia, quase a metade (48%), contudo, não sabem explicar as razões: apenas acreditam em uma reversão de cenário. Há ainda 21% de micro e pequenos empresários que citam a recente melhora de alguns indicadores macroeconômicos e 14% que nutrem esperança de a crise política se resolver.
Quando a análise se detém apenas ao próprio negócio, o percentual de otimistas é um pouco maior e atinge 56% dos micro e pequenos empresários. Para 32% a situação continuará igual e para 9% ela deve piorar.
Para os que estão otimistas com o próprio negócio, novamente, 40% não sabem explicar as razões, ao passo que 23% alegam fazer uma boa gestão da empresa, contornando os efeitos da crise. Outros 16% justificam a perspectiva com o fato da economia emitir alguns sinais de melhora.
Quando questionados sobre o que esperam para o faturamento de seus negócios, 47% dos entrevistados acreditam que ele não irá se alterar nos próximos seis meses. Outros 40% depositam esperanças em um provável crescimento das vendas, enquanto apenas 8% aguardam quedas nesse sentido.