As empresas brasileiras se mostram bastante confiantes em relação aos seus próprios processos de inovação. Cerca de 83% dos executivos dentre 300 entrevistados no país consideram suas organizações inovadoras ou extremamente inovadoras. Não só isso, mas 97% deles reconhecem a importância de utilizar novas tecnologias para serem ainda mais inovadoras. Na comparação, a média global é de 86%.
Segundo o Innovation Index, realizado pela Dell com o apoio da Vanson Bourne, e que entrevistou mais de seis mil empresas globalmente, apenas 5% das 300 empresas analisadas no Brasil foram classificadas como Líderes em Inovação – ou seja, o maior nível de maturidade no tema. Por mais que o número seja abaixo da percepção dos entrevistados, o Brasil ainda se classifica acima da média global, com 2% de empresas líderes na área.
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Além da classificação de Líderes, no qual as organizações possuem uma estratégia completa de inovação e se encontram melhor preparadas para enfrentar desafios em seus setores, dificuldades globais e econômicas, o estudo mapeou os demais estágios. São eles: Adotantes (27%), Avaliadores – etapa de evolução em inovação no qual as empresas brasileiras estão mais concentradas, em 42% –, Seguidores (24%) e Retardatários (2%).
Segundo a pesquisa, as organizações Líderes e Adotantes enfrentam 3,2 vezes menos desafios relacionados à falta de mão de obra qualificada do que empresas Seguidoras ou Retardatárias. Também tendem 2,6 vezes mais a ter níveis acelerados de crescimento e são 1,8 vezes mais resilientes em relação a incertezas econômicas, como recessões.
“Esse estudo materializa a percepção de que no cenário de negócios atual, com mudanças aceleradas e constantes, a inovação é um fator decisivo para o sucesso das organizações. Mas se olharmos para o fato de que no Brasil só um terço das companhias (32%) se encaixam nas categorias de Líderes e Adotantes, temos ainda um longo caminho a percorrer”, aponta Diego Puerta, presidente da Dell Technologies Brasil. “E a única forma de acelerar essa jornada é a partir dos investimentos em pessoas, tecnologias e processos que suportem os planos e ações inovadoras”.
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Barreiras para a inovação
Por mais que os executivos estejam confiantes, 52% estão preocupados se suas organizações ainda estarão relevantes em um período de três a cinco anos devido ao ritmo e cultura de inovação. Como aponta o estudo, o primeiro passo para que as organizações acelerem seus processos está na criação e fomento de uma cultura organizacional orientada à inovação. Assim, as empresas devem cultivar um ambiente que incentive ideias e que entenda falhas como parte do processo de evolução.
No entanto, esta ainda não parece ser uma realidade tão presente nas organizações brasileiras analisadas. O medo de errar e a falta de confiança dos colaboradores para compartilhar suas ideias foram as principais barreiras citadas no levantamento para a construção de um ambiente de inovação. Já 49% dos executivos afirmaram que profissionais deixam suas empresas por não conseguirem inovar. Metade das lideranças entrevistadas apontam que alguns aspectos de suas culturas organizacionais estão restringindo, em vez de expandindo, os processos de inovação. Além disso, seis a cada dez executivos entrevistados afirmam que suas lideranças nas organizações tendem a favorecer suas próprias ideias do que aquelas dos times.
Como ser mais inovador
Além da cultura organizacional, a inovação também demanda processos estruturados – o que representa um grande desafio para as organizações. Entre os entrevistados no Brasil, apenas 43% afirmam que seus projetos de inovação são baseados em dados. Além disso, 56% apontam ter iniciativas inovadoras alinhadas aos objetivos e metas do negócio. Essas informações apontam que o tema é tratado de forma pontual nas organizações.
O uso de tecnologias também é um grande motor para promover a inovação internamente. A grande maioria das lideranças, 97%, reconhecem a importância das ferramentas tecnológicas para esse propósito, enquanto a média global é de 86%. No entanto, 46% dos entrevistados apontam que as soluções utilizadas hoje não são avançadas suficientemente e, por isso, temem perder suas posições em inovação para a concorrência.
Segundo o Innovation Index, as principais tecnologias para catalisar inovações são: multicloud, edge computing, infraestrutura de dados moderna, cibernética e ferramentas que permitem o trabalho remoto, de qualquer local. No entanto, uma vez que os ambientes de TI também são complexos, impõem novos desafios às organizações. São eles:
1. Crescentes custos com cloud (ou nuvem);
2. Integração da arquitetura de negócios à infraestrutura de TI;
3. Tempo e custos para migrar aplicativos para ambientes em nuvem;
4. Ameaças à segurança cibernética, uma vez que há impossibilidade de inovar com o uso de dados e dispositivos de borda não seguros;
5. Falta de infraestrutura de TI para atender e processar dados na borda.
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