A confiança dos empresários do comércio cresceu 18,5% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo indicador da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). Já na comparação com julho, o índice cresceu 2,9% em agosto.
Com isso, a confiança passou para 87,5 pontos em agosto. Essa é a maior pontuação desde março do ano passado. O indicador acumula quatro altas mensais consecutivas, mas ainda continua abaixo dos 100 pontos, o que demonstra o pessimismo dos empresários com relação ao nível de atividade em geral da economia.
O indicador varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).
De acordo com a Federação, o pessimismo dos empresários reflete principalmente a queda das vendas do varejo. No entanto, assim como já vinha sendo observado entre os consumidores, houve uma melhora das expectativas decorrentes da formação de uma nova equipe econômica do Governo e do anúncio de medidas para enfrentar a crise.
O levantamento mostra que o aumento de confiança se deu por parte tanto dos grandes quanto das pequenas empresas. Nas companhias com menos de 50 funcionários, o indicador cresceu 2,9%, nas grandes empresas, com mais de 50 pessoas, o índice teve alta de 1,7%, na comparação com julho. Já em relação a agosto de 2015, a alta foi de 18,6% e 11,1%, respectivamente.
Para a federação, até julho, o avanço da confiança tanto dos empresários como dos consumidores foi quase toda determinada pela melhora nas expectativas a partir do início do governo de Michel Temer, naquela época ainda em caráter interino.
Entretanto, para a Federação, de maneira geral, já existem sinais mais claros que indicam que o segundo semestre pode ser melhor que o primeiro. Entre os indicadores positivos está o aumento da produção industrial na passagem de maio para junho, com destaque para a produção de bens de capital, que subiu pelo sexto mês consecutivo, o que sugere um provável crescimento da formação bruta de capital fixo (investimentos).
A Federação pondera, no entanto, que a retomada do nível de atividade só ganhará força em caso de aprovação das reformas fiscais propostas, fundamentais para a estabilização do real, para a queda dos juros e para a normalização do ritmo das vendas.