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Conectividade desencadeia fenômeno da angústia tecnológica; entenda

Conectividade desencadeia fenômeno da angústia tecnológica; entenda

Excesso de aparatos tecnológicos, aliado ao aumento do uso de telas durante a pandemia favorecem a angústia tecnológica

As pessoas se tornaram seres digitais, mas a conectividade constante tem gerado uma angústia tecnológica, trazendo a maior necessidade de interações humanas. Além disso, a pandemia do novo coronavírus resultou em mudanças significativas nos hábitos e comportamentos da sociedade. Somado a isso, as preocupações acerca da saúde, economia e convívio elevaram o estresse das pessoas, tornando-as mais vulneráveis à fragilização da saúde mental.

E os dados do relatório Digital 2021, publicado pela Hootsuite em parceria com a We Are Social, comprovam a magnitude da presença dos aparatos tecnológicos no dia a dia de um ser humano.

Segundo o relatório, mais de 5 bilhões de pessoas usam um telefone celular hoje em dia, o que equivale a 66% da população mundial. Além disso, 4 bilhões de pessoas em todo o mundo acessaram a Internet em janeiro de 2021, um aumento de 316 milhões em relação ao ano passado. A penetração global da Internet agora é de 59%.

E, por fim, mas não menos importante, existem agora mais de 4 bilhões de usuários de mídia social em todo o mundo. Esse número cresceu 490 milhões nos últimos 12 meses, gerando um crescimento ano a ano de mais de 13%. O número de usuários de mídia social é agora equivalente a mais de 53% da população total do mundo.

Ainda de acordo com o relatório, a permanência das pessoas na Internet já beira 7 horas diárias. Nas redes sociais, os usuários chegam a passar mais de 2 horas conectados diariamente. Esses números são ainda maiores no Brasil. O internauta brasileiro fica, em média, cerca de 10h online todos os dias e – deste período – passa 3 horas e 42 minutos interagindo nas redes sociais.

Para a psicóloga e professora da UNIP Eliane Silva Gabas, essa conectividade constante pode gerar sentimentos diferentes e até mesmo conflitantes. “Devemos destacar, de antemão, que a maioria da população não costumava fazer uso da conectividade como uma forma predominante de comunicação e, de repente, foi surpreendida por essa necessidade imperativa na pandemia”, explica a professora.

A angústia tecnológica dá sinais

Pessoas que sofrem de forma profunda pela necessidade, muitas vezes profissional e até de subsistência, de viver essa conectividade intensa e constante geralmente costumam lutar contra tal sentimento e até se esforçam para prosseguir aceitando ou mesmo tolerando a situação.

No entanto, mesmo entendendo que essa demanda tão alta pela conectividade pode não perdurar após a pandemia, esta não é uma tarefa fácil.

“Quando refletimos um pouco mais sobre esse tema, emergem algumas questões, entre elas: estar diante de uma câmera é confortável para todas as pessoas? Considerando que há muitas pessoas introvertidas, discretas, que não se sentem seguras quando ficam expostas, podemos ampliar a nossa reflexão”, pontua a psicóloga.

Ainda nesta direção, a fundadora e diretora do Institute of Technology and Self, Sherry Turkle, discute a relação do homem com a máquina e postula o conceito do “segundo eu”, fenômeno que pode ocorrer dentro das relações mediadas pela tela, implicando em um fechamento em si mesmo ou em uma mudança comportamental, como um mecanismo de proteção.

E as consequências de reações como essas, juntamente com a exposição exacerbada, podem ter implicações na autoestima, com prejuízos para a própria identidade dessas pessoas que ficam confusas, gerando sofrimento psíquico.

“Outros fatores, mas não menos importantes, a respeito das incertezas do momento, cobrança por produtividade e carga horária descumprida, exaustão, o excesso de exposição a um número crescente de notícias catastróficas, desagradáveis e tristes, bem como a saturação de produtos e serviços oferecidos pelas redes digitais, tornam a vida das pessoas muito mais complexa e conflituosa. A exposição diária àquelas situações acaba por provocar mudança de humor, irritabilidade, ansiedade e/ou medo, podendo gerar ou ampliar traumas, depressão e pânico”, exemplifica Eliane Silva Gabas.

Ao refletirmos sobre alguns dos fatores que provocam tanto sofrimento, por outro lado também é necessário questionar: será que muitos estão tornando o mundo virtual um substituto para o mundo físico?

A verdade é que vivemos uma pandemia que traz mais incertezas do que respostas. Portanto, há um caminho longo a ser trilhado em que o desconhecido está fortemente presente.

Mas, novas soluções deverão ser pesquisadas neste trajeto rumo ao futuro. Entre algumas das respostas encontradas, fazer pausas, se relacionar com os familiares, fazer exercícios, cuidar de plantas, animais de estimação ou procurar desenvolver hobbies, tem se revelado como estratégias interessantes.

O papel da empresa como apoiadora

Mais do que um home office com o conforto de um mobiliário ergonômico, equipamentos de qualidade e boa conexão com a internet, as empresas precisam atentar para a concepção de seus colaboradores como seres inteiros.

Neste sentido, planos de saúde adequados, telemedicina, sessões de psicologia e terapia, bem como atividades físicas online, são algumas boas opções para amenizar a angústia tecnológica.

Um exemplo recente desse cuidado com a saúde mental de seus colaboradores é o LinkedIn. A empresa anunciou que os funcionários da organização em todo o mundo receberam uma semana de folga remunerada no mês de abril.

O propósito foi fazer com que os colaboradores aproveitassem a folga como uma oportunidade para desconectar, recarregar e evitar o burnout. O período de descanso se estendeu à maioria dos 15.900 funcionários em tempo integral da empresa, que contou com uma equipe reduzida para manter a plataforma.

A estratégia do LinkedIn é válida, mas, de acordo com as diretrizes elaboradas pelo Hospital Santa Mônica, especializado na reabilitação da saúde mental, há ainda um leque bem abrangente de alternativas para auxiliar os funcionários diante desse cenário de angústia tecnológica. Confira:

  • Treinar os líderes para desempenhar um papel mais acolhedor;
  • Criar campanhas para incentivar o trabalhador à adesão do autocuidado;
  • Otimizar o home office para evitar sentimentos negativos e ansiedade excessiva;
  • Estabelecer linhas de cuidado de acordo com a identificação do risco para os transtornos emocionais e mentais;
  • Manter a ginástica laboral, mesmo em home office, e disponibilizar videoaulas com dicas de exercícios para o corpo e mente;
  • Preconizar iniciativas em defesa das boas práticas de saúde mental e promover o desenvolvimento da inteligência emocional dos funcionários.

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