A realidade atual está extremamente próxima de um filme de ficção e não nos preparamos para isso. É nisso que acredita Carlos Medina, sócio-diretor da São Paulo Digital School (SPDS). Diante de uma mudança tão abrupta, tornou-se essencial se transformar em um novo indivíduo – tanto fora quanto dentro do âmbito profissional. A adaptação foi a única opção viável e, em muitos sentidos, foi sinônimo de digitalização.
Nas empresas, especialmente aquelas que estavam atrasadas no processo de transformação digital, o desafio foi grande. Muitas tiveram, por exemplo, que adotar o modelo de home office. Outras, que se comunicar mais do que nunca por meios digitais. Mas, qual foi o maior desafio para elas?
Medina explica que, na SPDS, a maior demanda foi por consultoria – além desse serviço, a empresa também oferece aulas de marketing e digital. E, ao contrário do que muitos podem pensar, as empresas não buscaram formas de tornar mais eficiente a realidade digital. Na verdade, em muitos casos elas precisaram de apoio para colocar a digitalização em prática, desde o básico, na aplicação do home office.
“O digital já é uma realidade no Brasil há quase 25 anos, mas, só com a pandemia as empresas olharam realmente para isso”, diz. Apesar disso, é claro que empresas grandes, com gestões estruturadas, anos de estrada ou até mesmo multinacionais estavam à frente nesse sentido. “Todos estão precisando se reinventar e repensar processos”, diz Medina.
Digital no dia a dia
Ao comentar sobre o modelo de trabalho e Ensino à Distância (EaD), também adotado pela SPDS, Medina afirma que estudantes e funcionários não estavam preparados para uma mudança tão brusca. Por isso, em muitos casos, o ambiente escolhido não é ideal – há muitas pessoas trabalhando na mesa de jantar, por exemplo.
Do lado positivo, porém, está a perspectiva de que essa mudança obrigatória e radical tornará as pessoas mais familiarizadas com o modelo, o que tornará o home office muito mais provável posteriormente. O mesmo vale para o marketing digital: de repente, esse se tornou um recurso essencial na comunicação das empresas.
Selecionamos, com a SPDS, alguns conceitos essenciais para quem quer performar bem nesse modelo. Confira.
1. Métricas
No marketing digital, uma das perguntas mais importantes é: o que a empresa quer/precisa obter a partir dessas campanhas? “É preciso ter um objetivo de marketing e de comunicação muito claro e, com base nisso, definir quais são as métricas de sucesso, escolher uma boa plataforma para mensurá-las e acompanhá-las”, explica Medina. “Isso vai ajudar a adequar o budget que, devido à crise, já está limitado”.
Ele reforça que as empresas não podem deixar de comunicar seus serviços, produtos e diferenciais – precisam apenas mudar a forma como fazer isso, experimentar “Uma das maiores vantagens do digital é a possibilidade de acompanhar os resultados a todo tempo”, diz.
2. Performance
O conceito de performance está totalmente conectado com o acompanhamento das métricas, citadas anteriormente, pois é o resultado de um acompanhamento e um planejamento correto. “Não basta comprar mídia apenas imaginando uma performance”, diz Medina. É essencial comprar espaço em locais que correspondam ao objetivo da empresa, caso contrário, o efeito não será positivo.
3. A vida à distância
São muitos os especialistas e as empresas que consideram a adoção do home office (com maior frequência ou de forma permanente) uma tendência. Para isso, Medina destaca o papel da tecnologia. A ideia é que as empresas questionem como é possível estruturar a empresa para que os funcionários acessem informações e experiências de integração de forma remota. “O home office precisa ser confortável, viável tecnologicamente, com gestão de talentos e oportunidades – treinamentos, cursos, trocas, diálogo”, diz.
4. Customização e personalização
Esse é um aspecto muito ligado às campanhas de marketing digital. Considerando que as pessoas estão cada vez mais online, não existem filtros na informação: tudo está disponível para todos. Porém, cada um será atraído por aquilo com que se identifica. E é esse caminho que a comunicação da empresa deve seguir, como explica Medina. “Para chamar a atenção do consumidor, é preciso customiza ações, aproveitar recursos inclusive do Google e personalizar ao máximo – do post ao banner”, conclui.