O Orkut, a rede social que mais fez sucesso e marcou toda uma geração no Brasil, teve sua ascensão em 2004, mas durou pouco: começou a ser substituída, já em 2009, pelo Facebook.
Até 2008 bombaram na Internet o MySpace e o Fotolog, este último sendo ancestral do Instagram, que tentou ressurgir das cinzas no ano passado – mas que já morreu novamente.
O que todas essas histórias têm em comum? Foram marcos no universo das redes sociais, que ditaram a base do que são as redes que estamos acostumados, hoje, a utilizar. Mas já faz um tempo que vivemos a era absolutista do Facebook e suas “crias” (Instagram e WhatsApp). Será que já é hora de surgir alguma quebra de paradigma no segmento?
Queda do Facebook
As redes de Mark Zuckerberg têm sido eficientes em modificar suas estratégias assim que novas tendências surgem no mercado. Mesmo assim, o Facebook já apresentou um declínio de 15 milhões de usuários somente nos EUA nos últimos dois anos, e essa tendência de queda também tem sido observada no Brasil, que recuou em 5% o número de usuários de 2018 para cá.
Segundo o portal de notícias The Verge, o público tem preferido trocar o Facebook pelo Instagram, por ser uma alternativa mais simples e menos tóxica em comparação ao serviço principal, que agora é invadido por propagandas, fake news, click baits e discursos de ódio.
Outros fatores que influenciaram essa queda foram os diversos escândalos envolvendo violações de privacidade, além do avanço do WhatsApp ter feito a rede de Zuckerberg perder um pouco o sentido dos que a usavam para se comunicar.
Quais são as tendências futuras?
Agora, pesquisas feitas pela Entrepreneur e pela LogoGrab mostram que muitos usuários têm começado a procurar plataformas menores e mais simples, mas onde as pessoas estejam mais interessadas em interações autênticas e menos tóxicas.
Aqui estão alguns exemplos de como as redes sociais deverão se apresentar no futuro:
HUMANIZAÇÃO
Mais experiências reais e menos status que deem abertura para comparações, cyberbullying e discursos de ódio.
NICHOS
Redes menores, mas mais focadas em propósitos exclusivos, como, por exemplo, pequenas mídias com focos em empreendedores, mulheres, redes colaborativas, interesses e hobbies em comum. Menos foco no macro.
MENOS PROPAGANDA
Das vantagens econômicas trazidas pelo marketing agressivo nas redes, o efeito a longo prazo foi de mais mal estar que benesses.
MAIS PRIVACIDADE E SEGURANÇA
As preocupações com a privacidade estão aumentando e, no futuro, se as redes sociais não puderem fornecer segurança para os usuários, perderão seu espaço no mercado. A tendência é que cresçam ainda mais as plataformas conhecidas como “Dark Social”, de interação privada, como o Telegram e WhatsApp, por exemplo. O aumento da regulamentação de notícias falsas compartilhadas também já tem sido observado, e tende a crescer.
(AINDA) MAIS VÍDEOS
A ascensão recente do aplicativo TikTok (o mais baixado de 2019) já mostra que as tendências que indicavam um futuro baseado em vídeo nas redes estavam corretas. Esse foco tende a crescer ainda mais nos próximos anos, com a chegada das operações TikTok em países emergentes e possíveis concorrentes.
SERVIÇOS PREMIUM
Driblar a praga dos anúncios intermináveis parece ser uma das premissas de consumo. As pessoas estarão mais dispostas a pagar por serviços VIP, que ofereçam conteúdo limpo a baixo custo.
MAIS VOCALIZAÇÃO, RV e RA
Os recursos de voz, realidade virtual e aumentada estão em ascensão no momento, e deverão ser incorporados nas redes sociais à medida que essas tecnologias se tornarem mais acessíveis.
Os próximos nomes do mercado
De acordo com a Business Grow, a Tencent – empresa chinesa que é a maior acionista de games e redes sociais do mundo – deverá ficar cada vez mais popular no ocidente, seja por adquirir mais empresas, ou por vir a criar a sua própria nova tendência disruptiva.
Dentre as mídias que já estão bombando, não dá para negar que o TikTok é a nova rede social mais importante do momento, mas ainda é cedo para dizer se irá tornar o Facebook obsoleto (assim como ele fez com o Orkut no Brasil. Ainda há dois outros nomes que estão despontando no horizonte, e podem ter um papel importante daqui pra frente. Uma delas é o Vero, rede social de fotos que já existe desde 2015, mas que ganhou milhares de novos usuários após as múltiplas quedas do Instagram. Além disso, promete ser uma alternativa sem algoritmos, propagandas e descontrole de privacidade.
Já a Caffeine é outro nome que vem ganhado força ultimamente, e ainda está em pré-release. Por enquanto, a rede tem foco em streamings, gaming, entretenimento e artes criativas em geral. É muito semelhante ao Twitch, e recebeu um investimento recente de US$ 100 milhões da Fox para expandir seus projetos. Muita coisa ainda pode rolar por lá.
Por fim, a aposta mais recente do Google é a Shoelace, rede social focada em promover encontros e eventos entre amigos, ou entre pessoas com interesses em comum. O aplicativo está em período de testes, mas promete facilitar os “laços” (shoelace significa “cadarço”, em inglês) entre pessoas no mundo real, através de atividades locais que serão disponibilizadas no mapa do usuário. Está sendo chamada de “rede social hiper-local”, e deverá funcionar como uma evolução natural à função de eventos do Facebook.
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