O varejo supermercadista é conhecido por ser um dos segmentos com as margens mais estreitas do setor, especialmente em lojas de bairro. Ao mesmo tempo, a área de academias não conseguia engrenar e criar empresas notáveis no país, apesar do lado fitness do brasileiro. O supermercado Smart, controlado pelo Martins Atacadista, e a rede de academias Smart Fit, do Grupo Bio Ritmo, lutam para mostrar que é possivel ter sucesso nesses setores até mesmo em momentos de crise. E estão conseguindo.
De acordo com Renata Ramos, head de marketing da Smart Fit, e Gilmar Cavalcante, diretor da bandeira Smart, que palestraram na BR Week 2017 na terça-feira (27), a inteligência é fundamental para destacar o seu negócio. Ou seja, “smart” não é apenas força de expressão.
A própria Smart Fit surge após os executivos do Grupo Bio Ritmo terem enxergado que o modelo de negócios da academia de alto padrão não seria escalável. “A nossa intenção foi democratizar o fitness, mas o de alto padrão”, diz Ramos, da Smart Fit. “O nome em inglês também foi pensado por conta da expansão internacional.”
Atualmente, a Smart Fit já conta com academias em quatro países. Nos próximos meses, Ramos confirma que inaugurará unidades no Equador, Colômbia e Argentina.
No caso da bandeira supermercadista Smart, do Martins Atacadista, a empresa percebeu que poderia ajudar pequenos varejistas a melhorarem os seus negócios – e ganhar dinheiro com isso. Com a ideia em mente, criou um formato onde a empresa auxilia pequenos comerciantes a profissionalizar a gestão, desde o estoque até a comunicação visual. Para completar, eles compram produtos do próprio Martins Atacadista, o que gera uma relação em que todos ganham: o Martins vende e o proprietário tem acesso a mercadorias com desconto.
“Seria muito mais difícil esse varejista barganhar qualquer tipo de benefício com a grande indústria”, diz Cavalcante, da Smart. “Em seis meses, os nossos parceiros conseguem um crescimento médio de 30% nas vendas.”
Novos Negócios
A Smart Fit vem em uma rápida expansão nos últimos anos. Atualmente, a marca de academias populares representa 90% de todo o crescimento da Bio Ritmo, que deve estrear na bolsa em breve. O crescimento, agora, está sendo puxado por novos negócios dentro das próprias academias. Vendas de isotônicos, por exemplo, já começaram. Ainda neste ano, segundo Ramos, devem estrear os suplementos alimentares da marca. “Queremos trazer toda a experiência do mundo fitness para o consumidor no mesmo lugar”, afirma ela.
Já a Smart planeja modernizar cada vez mais os seus parceiros para trazer benefícios tecnológicos para eles. A ideia é trazer ferramentas como big data para o dia a dia do pequeno varejista. Além disso, a empresa vem investindo na criação de produtos de marca própria, no entanto, sem perder aquele toque de proximidade, marca do mercardinho da esquina ou do supermercado do bairro. “Os donos das lojas conhecem gerações de clientes e isso impacta muito nas vendas”, diz Cavalcante. “Nunca podemos deixar do lado o fator humano.”