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Como o Google está usando IA na proteção de dados

Como o Google está usando IA na proteção de dados

VP de Engenharia de Privacidade, Proteção e Segurança da empresa compartilha ferramentas, mas não mostra inovações

Enquanto o ChatGPT se tornou quase um sinônimo de Inteligência Artificial (IA) generativa, o Google ainda está mostrando que veio a jogo. No evento Mais Seguro com o Google, realizado no dia 17/8 no escritório da empresa em São Paulo, o vice-presidente global de Engenharia de Privacidade, Proteção e Segurança, Royal Hansen, mostrou que parte do foco e investimento do Google para a tecnologia está em criar soluções de segurança.

Segundo Hansen, as ameaças virtuais vêm se tornando cada vez mais complexas e de difícil detecção à medida que o número de usuários digitais cresce em todo o mundo. Uma evidência disso é o crescimento de quase 40% dos ataques cibernéticos ao redor do globo no ano passado.

“Promover avanços na segurança digital não é mais uma questão possível em escala humana, este desafio precisa ser complementado com tecnologia de alto nível. No Google, acreditamos que a IA oferece o caminho para nos ajudar a responder a esses desafios e ficar à frente das ameaças atuais de forma eficiente, eficaz e em escala”, disse o executivo durante o evento.

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IA pela privacidade

Como exemplo, Hansen lembrou das chaves de acesso (ou passkey), formas de acessar uma conta utilizando dados biométricos, como impressão digital e reconhecimento facial, e bloqueio de tela. As chaves de acesso funcionam como um par de senhas – uma fica com o site ou aplicativo, e a outra fica armazenada no dispositivo do usuário. Combinadas, permitem o login. As chaves de acesso, que podem ser habilitadas na conta do Google, têm o potencial de acabar com a necessidade de uso de senhas de sites e serviços.

Outro recurso de IA utilizado pelo Google é a filtragem de spam do Gmail, que segundo dados da empresa, bloqueia quase 1,5 bilhão de mensagens indesejadas por dia. Como resultado, 99,9% das tentativas de phishing – tentativa de obter dados confidenciais fingindo ser uma entidade confiável, como um banco ou seguradora – e malware são impedidas de chegar à caixa de entrada. Há também a Navegação Segura, configuração da ferramenta de pesquisa do Google que identifica sites inseguros na web e alerta usuários sobre os possíveis danos ao acessá-los.

Em junho que o Google anunciou o seu Secure AI Fremakework (SAIF). Trata-se de um conjunto de princípios e boas práticas para ajudar organizações do ecossistema a desenvolver e implantar sistemas de IA seguros.

“O fato é que a IA tem um potencial imenso, mas para que os avanços na área sejam bem-sucedidos a longo prazo, a indústria precisa de padrões de segurança claros para construir e implantar essa tecnologia de maneira responsável”, disse Hansen durante o evento.

Conheça o Mundo do CX

O percalço do Google com IA

Em março, a big tech lançou o Bard, sua própria ferramenta de IA generativa, que chegou ao Brasil em junho, para concorrer com o ChatGPT. No entanto, não ganhou a mesma relevância que a tecnologia da OpenAI, parceira da Microsoft desde 2019. Recentemente, a empresa fundada por Bill Gates anunciou em janeiro um novo investimento de US$ 10 bilhões na startup e lançou ao mundo uma nova versão do Bing, ferramenta de busca agora com recursos de IA conversacional.

Este não foi o primeiro golpe sofrido pelo Google em IA. Por mais onipresente que seja a ferramenta na vida das big techs, desde que o tema ganhou mais relevância nos últimos anos, o Google vem dando tropeços. Em 2016, o CEO Sundar Pichai declarou que a empresa seria AI-first, ou seja, que teria a IA como sua principal ferramenta e motor. No entanto, foi superado pela Amazon com sua própria assistente virtual, a Alexa.

Em 2018, o Google lançou o Duplex, ferramenta de IA de som, capaz de imitar a voz humana, inclusive reproduzindo pausas e vícios de fala. A ideia da empresa era que o Duplex marcasse compromissos automaticamente para seus usuários, como reservas de restaurantes. No entanto, surgiram discussões sobre se era ético enganar pessoas fazendo com que uma IA se passasse por um ser humano. A ferramenta chegou ao Brasil em 2022 com pouco alarde.

Também em 2018, depois de receber críticas por assinar um acordo com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos para utilizar IA para aprimorar a precisão de ataques de drones, a empresa divulgou um conjunto de princípios para o desenvolvimento ético da tecnologia.

A empresa anunciou no evento “Mais Seguro com o Google” que está investindo para desenvolver novas tecnologias em IA para reforçar a segurança e a privacidade de usuários e organizações.

“Não conseguimos fazer isso sozinhos”, disse Hansen. “Colaboração, pesquisa e parcerias são cruciais para garantir um mundo seguro para todos. E isso é ainda mais relevante para o Brasil, que é um ecossistema digital de crescimento veloz e vibrante.”

Mas ainda é cedo para saber se inovações estarão presentes num futuro próximo.

 



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