Quando falamos de inovação, conseguimos imaginar sua aplicação nas mais variadas áreas da economia. Mas, muitas vezes, nos esquecemos de uma essencial, que segundo Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart, é uma das mais tecnológicas do país: a agricultura.
Esse foi o tema da palestra “O Futuro dos Alimentos”, no Wired Festival 2018. “Pensar sobre o futuro da alimentação é responsabilidade de todos, afinal todos consumimos alimentos”, enfatizou Rodrigo Meyer, que é criador de fazendas urbanas.
Inovar para sobreviver
O mundo vem passando por uma série de transformações. As mudanças climáticas, por exemplo, afetam direto a produção de alimentos. A elevação da temperatura aumenta o número de pestes e insetos, muda o ciclo de algumas culturas e ainda causa um aumento do nível do mar, alagando áreas cultivadas.
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Outra questão que impacta diretamente os produtores é o crescimento da população. Os agricultores terão que produzir cada vez mais e para consumidores mais exigentes. Rodrigo Meyer relatou que a população brasileira tem aumentado o consumo de verduras e frutas, além de estar mais preocupada com a origem dos alimentos e com a sustentabilidade.
Para os palestrantes, a implantação de tecnologias disruptivas no campo é a resposta para todos esses problemas. “A solução é unir o conhecimento e a experiência dos produtores com os dados gerados pelas novas tecnologias”, constata Rodrigo.
Novos caminhos
A captação de dados através de drones, sensores e satélites tem se mostrado eficiente para que o produtor consiga prever mudanças no clima e evitar a contaminação do cultivo por pragas. Além disso, o acesso aos dados também auxilia na escolha das melhores sementes a serem utilizadas.
Em relação ao mercado, a dica da CEO Mariana Vasconcelos é pensar todas as etapas do processo e todos os envolvidos como um grande ecossistema. Neste sentido, o Blockchain e o e-commerce têm aparecido como alternativas para conectar o pequeno agricultor com as outras engrenagens do mercado.
Repensar os sistemas de plantio e os locais utilizados para o cultivo também são opções para buscar uma agricultura mais sustentável e eficiente. “Pelo menos 30% dos alimentos produzidos não chegam no prato que alguém. Estragam antes”, conta Rodrigo Meyer que acredita que o atual modelo global de alimento está quebrado.
Uma solução proposta por ele é a criação de fazendas urbanas, que aproximem o produtor do consumidor, reduzindo assim o desperdício. “As fazendas urbanas são uma necessidade estratégica para as cidades. Dão independência para os países e empoderam comunidades”, afirma.