Apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou 77,7 pontos em maio de 2017. A pontuação pode variar de 0 a 200 e o resultado deste mês representa um crescimento de 11,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A notícia se torna ainda melhor quando avaliamos a série histórica: essa é a terceira variação positiva consecutiva, fato que não ocorria desde 2012.
“A confiança das famílias segue em trajetória positiva apesar da pequena queda mensal nos meses de abril e maio. A melhora nas expectativas das famílias se dá, principalmente pelas notícias favoráveis à retomada da economia, como a desaceleração da inflação, a queda dos juros e a liberação de recursos de contas inativas do FGTS”, aponta Juliana Serapio, assessora econômica da CNC.
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Como mostra a CNC, um dos componentes do indicador, o Emprego Atual, teve uma pequena queda (0,1%) em relação a abril. Contudo, esse item alcançou 108,5 pontos e está acima da zona de indiferença (100 pontos). Na comparação anual, no entanto, teve elevação de 8,4%. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual é de 31,8%, ante 31,6% em abril.
A preocupação das famílias em relação ao mercado de trabalho aparece no componente Perspectiva Profissional. Esse subitem apresentou 98,8 pontos, o que representa uma queda de 1,6% na comparação mensal. Em relação a maio do ano passado, houve aumento de 6,3%.
Prontos para as compras
Quando o assunto é consumo, a perspectiva das pessoas está um tanto quanto positiva. O componente Nível de Consumo Atual teve variação anual positiva de 16,6% e aumento de 1,9% em relação a abril. Mesmo assim, a maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor do que o do ano passado (60,2, ante 60,87 em abril).
O item Perspectiva de Consumo registrou aumento de 0,5% em relação a abril e de 28,2% ante o mesmo período de 2016, a nona variação anual positiva desde agosto de 2014.
Refletindo a tendência positiva no consumo, Momento para Duráveis apresentou elevação de 1,6% na comparação mensal após duas quedas consecutivas. Em relação a 2016, o componente mostrou aumento de 20,4%, o sexto consecutivo.
Crédito restrito
O crédito, por sua vez, impactou os resultados dos componentes ligados às compras a prazo. Apesar de o item Acesso ao Crédito, com 70 pontos, ter apresentado queda de 0,1% na comparação mensal, houve aumento de 5,3% em relação a maio de 2016.
Para o ano de 2017, a CNC manteve a sua previsão anterior de crescimento das vendas no varejo ampliado (+1,5% em relação a 2016). Perspectivas mais favoráveis no que diz respeito à velocidade de queda dos juros e impactos positivos que essa medida provocaria sobre o mercado de trabalho ainda são necessárias para que o setor retome um ritmo de crescimento mais intenso nos próximos meses.