A Prime Time Sports, uma loja de artigos esportivos no estado do Colorado, nos Estados Unidos, anunciou que está fechando suas portas e anunciou desconto de 40% em todos os itens. A ação ganhou destaque nas redes sociais, não por conta da falência em si, pois o fechamento de lojas é um fato corriqueiro no varejo norte-americano. O que chama a atenção neste caso é que, cinco meses atrás, o dono da loja, Stephen Kurtis Martin, anunciou um boicote aos produtos da Nike, após a campanha da marca em apoio ao jogador de futebol americano, Colin Kaepoernik.
A história começou em 2016, quando Colin se manteve abaixado e apoiado sob um joelho durante a execução do hino nacional dos Estados Unidos antes de uma partida, quando o protocolo exige que todos se levantem nesse momento. A ação foi um protesto contra a desigualdade racial e a brutalidade policial em relação à população negra.
Em setembro do ano passado, a Nike então divulgou uma campanha estrelada pelo jogador em apoio à sua atitude, com o mote “Acredite em alguma coisa. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo”. Foi então que Stephen, um veterano de guerra que não concordava com o protesto de Kaepoernik, resolveu boicotar produtos da Nike em sua loja e vendeu o estoque que ainda tinha pela metade do preço. O empresário fez questão de divulgar a promoção em seu Facebook. Segundo ele, “diferentemente de heróis de guerra, Kaepoernik não conhece o que é sacrifício”. Na época, Stephen chegou a dizer ao Fox 21 News que “a Nike responde por uma grande fatia dos meus negócios e provavelmente não terei condições de manter as portas abertas”.
Esta semana, também por meio de uma postagem na rede social, Stephen anunciou a promoção para liquidar o estoque e revelar que estava fechando a loja. “Eu realmente não sobrevivo sem a Nike”, declarou. Seu post diz: “Obrigada pelos 21 bons anos”, e pediu ainda para que aqueles que o apoiaram em seu boicote à Nike, o ajudem a liquidar o estoque agora, “para que seja o mais rápido possível”. O empresário revelou a um veículo local que a loja, que fica dentro de um Shopping Center, deve fechar em algumas semanas e que está ajudando seus funcionários a conseguir outro emprego.
O boicote de Stephen à Nike foi apenas mais um protesto entre muitos que surgiram após a campanha da marca. Pessoas divulgavam em suas redes sociais vídeos em que apareciam queimando produtos da empresa. Apesar dos protestos contra, as vendas da marca foram impactadas positivamente.