A votação no STF que formou maioria para vetar uma lei de Rondônia que proibia o uso de linguagem neutra na grade curricular de ensino, no material didático e em concursos públicos, trouxe holofotes para o tema. Nesta sexta-feira (10), o termo “linguagem neutra” figurou entre os top 10 mais pesquisados no Google.
Com o objetivo de evitar estereótipos e preconceitos, promovendo a igualdade de gênero, raça, orientação sexual, entre outros, a linguagem neutra utiliza termos como “todxs” e “menines”. Nesse sentido, a lei contestada dizia proteger o direito de aprendizado da norma culta da língua portuguesa. Ao derrubá-la, o ministro Edson Fachin chamou a atenção para a importância da inclusão.
Diante dessa discussão, a Consumidor Moderno decidiu conversar com o chatGPT – inteligência artificial que tem se mostrado super atual e conquistado usuários ao redor do mundo – para saber o que ele “pensa” sobre o assunto.
Quando questionada sobre o significado da linguagem neutra, a IA afirma: “Trata-se de uma questão importante na luta pela igualdade e pela inclusão, e é cada vez mais valorizada e requerida em muitos contextos, incluindo a imprensa, o meio acadêmico e o ambiente de trabalho”.
Como exemplo disso, o chatGPT traz o caso da cidade americana de Berkeley, na Califórnia, onde foram aprovadas leis que exigem o uso de linguagem neutra nas comunicações oficiais. Alguns países da Europa, como a Suécia e a Noruega, também possuem regulamentos que incentivam o uso vocabulário no setor público.
Linguagem neutra no dia a dia
Ao entender que “As palavras e a forma como as usamos têm o poder de influenciar nossas atitudes e comportamentos em relação a outras pessoas”, a IA conclui que esta é uma ferramenta poderosa para mudar a cultura e as normas sociais. Por isso, a linguagem neutra está entre as preocupações do próprio chatGPT na hora de interagir com os usuários.
Vista como potencial substituta da ferramenta de buscas do Google nos próximos anos, a inteligência artificial da OpenAI tem como objetivo fornecer respostas claras, precisas e imparciais. Para isso, evita a utilização de gêneros gramaticais marcados e utiliza pronomes não binários para referir-se a pessoas. “Procuro ser sensível a questões relacionadas à igualdade e à inclusão em geral, evitando respostas que possam ser ofensivas ou discriminatórias”, afirma.
Muitas empresas também caminham nesse sentido para estruturar a comunicação com colaboradores e consumidores. Desde o marketing até o atendimento ao cliente e o treinamento dos funcionários, todas as áreas passaram a evitar gêneros específicos, adotar uma linguagem neutra e implementar a inclusão nas políticas internas. Um exemplo é a possibilidade do uso nome social desde o momento da contratação.
A adoção da linguagem neutra
Ao listar dicas para empresas aplicarem a linguagem neutra no dia a dia, o chatGPT destaca que esta é apenas uma parte do esforço mais amplo para construir uma cultura inclusiva e justa. Em outras palavras, não é a solução mágica para os problemas de descriminação, mas parte importante de um todo.
Assim, dar mais esse passo, as empresas podem:
- Evitar o uso de gêneros gramaticais marcados. Em vez de usar “ele” ou “ela”, use pronomes não binários, como “eles” ou “elas”.
- Utilizar linguagem inclusiva nas comunicações internas e externas, evitando estereótipos de gênero, raça, orientação sexual etc.
- Oferecer treinamento sobre linguagem neutra para os funcionários.
- Ter sensibilidade às necessidades das pessoas e aceitar, por exemplo, nomes sociais.
- Monitorar e revisar constantemente as práticas de linguagem.
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