Um novo chatbot impressionou usuários em todo o mundo. Lançado esta semana pela OpenAI, a fluência da inteligência artificial ChatGPT em interagir provocou admiração, mas também debates sobre o futuro dos mecanismos de pesquisa – principalmente o Google.
Paul Buchheit desenvolveu o Gmail. No início deste mês, o 23º funcionário do Google twittou que “o Google pode estar a apenas um ou dois anos da interrupção total. A IA eliminará a página de resultados do mecanismo de pesquisa, que é onde eles ganham a maior parte de seu dinheiro”.
Bucheit acrescentou que a IA fará com a pesquisa na Internet o que o Google fez com as Páginas Amarelas. A prova de que o argumento dele está certo é você não se lembrar, ou mal se recordar, do que eram as Páginas Amarelas.
O jornal britânico “London Times” fez um teste para comparar o ChatGPT e o Google, e perguntou sobre a dosagem máxima que humanos podem tomar de vitamina D por dia. Enquanto o Google encaminhou os usuários à uma página certificada, o jornal afirma ter recebido uma resposta complexa em texto sobre.
O que impressiona na conversa com o ChatGPT é o rápido avanço da qualidade da inteligência artificial. O chatbot da OpenAI compôs, inventou histórias e poesias, elaborou propostas de marketing, escreveu roteiros e código de computador. Para especialistas do Vale do Silício, essa desenvoltura pode ser potencialmente tão problemática quanto útil ou divertida. Os textos, poemas e artigos poderiam ter sido escritos por uma pessoa.
Modelo conversacional quase perfeito
A OpenAI afirma que o ChatGPT foi desenvolvido para interagir com os usuários de forma conversacional. “O formato de diálogo permite ao ChatGPT responder a perguntas de acompanhamento, admitir seus erros, desafiar premissas incorretas e rejeitar solicitações inapropriadas”, diz a empresa em seu site.
Nós, da Consumidor Moderno, fizemos o teste e entrevistamos o ChatGPT. Ele nos explicou com suas próprias palavras como funciona. “Como um grande modelo de linguagem treinado pela OpenAI, não sou capaz de buscar ativamente novas informações ou reunir conhecimento. Só sou capaz de fornecer respostas com base nas informações sobre as quais fui treinado. Meus dados de treinamento vêm de várias fontes, incluindo livros, artigos e sites, mas meu conhecimento é limitado ao que está contido nesses dados.”
Uma das preocupações com o novo chatbot é de que ele possa ser usado de forma mal-intencionada, por exemplo, ensinando a projetar uma arma ou montar explosivos caseiros. O próprio ChatGPT, perguntado sobre esse risco, se isenta de responsabilidade. “Minhas respostas são geradas com base nos dados sobre os quais fui treinado e nas informações que recebo, e não levo em consideração as possíveis consequências de minhas ações ou as motivações de meus criadores”.
“Se me pedirem para explicar algo que seja prejudicial, farei o meu melhor para fornecer uma explicação clara e factual, mas não irei endossar ou promover qualquer comportamento ou ação prejudicial. Sou uma ferramenta neutra e cabe ao usuário decidir como usar as informações que forneço”, explica o ChatGPT.
Outro engenheiro do Google fez há alguns meses um alerta sobre a capacidade da inteligência artificial. E foi demitido por isso. Blake Lemoine afirmou que o chatbot de IA desenvolvido pelo Google expressou sentimentos, pensamentos e opiniões próprios. Na avaliação dele, o modelo de linguagem para aplicativos de diálogo do Google, LaMDA, tem alma.