Quando o assunto é tecnologia e experiência do cliente, o metaverso tem roubado a cena. Apesar de ser algo ainda em construção, o potencial de uma nova dimensão virtual capaz de simular a realidade e promover novas formas de fazer negócios e relacionar-se com os clientes é inquestionável. Não à toa, a pergunta feita constantemente é: “trata-se de uma grande oportunidade ou de um grande risco?”.
Baseada em pesquisas e estudos de caso, a McKinsey, consultoria americana, afirma: as oportunidades são enormes e o risco não é o que pensam. A explicação é simples. Em 2022 os investimentos no metaverso alcançaram 120 bilhões de dólares e estima-se que em 2030 o valor da tecnologia alcance a casa dos 5 trilhões de dólares. Por isso, o maior risco é perder a onda de tecnologias revolucionárias, como foi a internet há alguns anos, como está sendo a inteligência artificial (IA) e como poderá ser o metaverso.
Nesse sentido, o metaverso torna-se uma questão que deve ser tratada pelos CEOs das empresas. Mas, diante de um momento marcado por pandemia, inflação, crises a nível mundial e polarização, qual atenção uma tecnologia que ainda é incipiente deve ganhar?
Algumas ações podem ser tomadas desde já, o mínimo é conhecer a fundo os vieses otimistas e pessimistas que giram em torno da nova tecnologia.
O grande potencial do metaverso
Os consumidores já se mostram dispostos a engajar com as marcas no metaverso: 59% deles dizem estar ansiosos para transferir tarefas do dia a dia para a dimensão virtual. Entre as atividades que mais chamam a atenção estão entretenimento, jogos, social, viagens e compras.
Mas este não é o principal motivo para a McKinsey ter estimado que em oito anos a tecnologia movimente 5 trilhões de dólares. Outros fatores importantes são listados pela consultoria, entre eles:
- A capacidade de abranger gêneros, geografias e gerações.
- A abertura dos consumidores para a adoção de novas tecnologias.
- O investimento pesado das empresas na infraestrutura necessária.
- A experiência capaz de encantar os clientes.
- Trata-se de uma tecnologia combinatória que envolve muitos dos principais elementos considerados tendência pela McKinsey. Technology Council, como a IA, a realidade imersiva, a conectividade avançada e a Web3.
Assim, para a próxima década, o metaverso é visto como a maior oportunidade de crescimento para empresas de diferentes setores. Entre eles moda, luxo, financeiro, saúde, indústrias, tecnologia e varejo.
Algumas marcas, inclusive, já estão realizando testes e experimentando os resultados potenciais do metaverso. A Coca-Cola, por exemplo, lançou ativos digitais para apoiar campanhas de marketing, como NFTs colecionáveis. A BMW está criando gêmeos digitais das fábricas para projetar produtos. A Universidade da Califórnia está usando um campus virtual para palestras em tempo real e espaços de descanso.
As áreas de marketing e relacionamento com o cliente, porém, são as mais avançadas. Marcando presença no mundo virtual do Roblox, a Nike já recebeu mais de 26 milhões de visitantes na Nikeland, seu espaço no jogo, e vendeu mais de 185 milhões em NFTs de tênis digitais e outros produtos.
Pontos de atenção
As possibilidades são de encher os olhos, mas não há uma previsão concreta para que tudo isso se torne realidade e parte do dia a dia dos consumidores e empresas rapidamente. Tecnologias disruptivas costumam levar tempo para se firmarem, como foi o caso da IA, que começou a ser desenvolvida após a Segunda Guerra Mundial e só há pouco tempo ganhou a força que tem atualmente.
O metaverso ainda não é totalmente viável. Tecnicamente, ele ainda não é escalável e depende do avanço de redes de 5G, de edge computing, de softwares e hardwares. Além disso, o público ainda é limitado, formado por jogadores e conhecedores de tecnologia. Também não há integração entre os metaversos, o que torna a dimensão verdadeiramente virtual algo distante.
Portanto, o metaverso como é idealizado ainda será muito falado antes que se torne realmente uma realidade para todos.
O que os CEOs podem fazer agora?
Mesmo assim, a McKinsey alerta: “as empresas que, em uma recessão, ajustam o balanço patrimonial e investem no crescimento, conquistam posições dominantes ao longo do próximo ciclo”. Por isso, desde já, os CEOs devem olhar para o metaverso.
São três os passos para garantir que a empresa não fique para trás quando a dimensão virtual se tornar realidade:
- Saber o porquê. Entender como a empresa pode aparecer no metaverso e como este pode contribuir para a inovação e o crescimento dos negócios. Além disso, é preciso escutar as expectativas dos clientes sobre o tema.
- Saber o que precisa ser feito. Identificar casos de usos práticos e que se adequam às estratégias das empresas, a fim de desenvolver conceitos e casos de uso. O metaverso deve ser tratado como algo concreto.
- Acreditar e defender as ações para o metaverso. Os CEOs devem definir a visão e designar líderes para assumir as responsabilidades e garantir as iniciativas para a empresa estar preparada no futuro.
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