A maioria dos CEOs do mundo tem um grande otimismo em relação à retomada da economia global. Pelo menos é o que sugere uma amostra de opiniões com nada menos que 5.050 CEOs ao redor do mundo feita pela PwC e publicada um ano depois do anúncio oficial da pandemia. Segundo a tradicional Pesquisa Anual Global de CEOs da consultoria, 76% dos CEOs esperam uma melhora da economia ao longo dos próximos 12 meses.
Parte de uma série de publicações para ajudar líderes a pensar o que vem pela frente, a 24ª edição da pesquisa detecta questões que pressionam a tomada de decisões para a retomada da economia e faz análises comparativas com os sentimentos dos anos anteriores.
Neste ano, a expectativa de avanço da economia mundial é recorde – sendo quase 20% mais otimista que já registrado em anos anteriores.
Motivos para crer
O sentimento se baseia na confiança nas vacinações pelo mundo, além da reação de setores da economia na esteira da aceleração digital induzida pela pandemia, que traz produtividade. Exatos 36% dos CEOs se disseram muito confiantes sobre o crescimento de receita de suas empresas para os próximos 12 meses, enquanto 47% se disseram muito confiantes para os próximos três anos.
De acordo com a PwC, os dados registrados desde 2008 acerca da confiança de CEOs têm se mostrado como projeções certeiras sobre o avanço da economia global. Com base nas respostas deste ano, a consultoria acredita que o crescimento mundial pode chegar a 5% – ligeiramente menor que a estimativa do FMI (Fundo Monetário Internacional) de 5,5%.
Ansiedades
Quanto as expectativas gerais, apesar de demonstrarem confiança, os CEOs têm sobretudo receio de outras pandemias e crises de saúde – o percentual de apreensão que subiu de 9% seis anos atrás para 52%. Em seguida vem o medo de ciberataques (47%), incertezas sobre regulamentações (42%) e incerteza sobre políticas (38%).
Incertezas sobre avanço da economia, populismo, política fiscal, aumento de tributação, mudança climática e desinformação também compõem a cesta de receios.
Em relação aos efeitos sobre a indústria, a sentimento dos CEOs é misto por conta da disparidade dos efeitos da pandemia. Já setores como hotelaria, lazer, transporte e logística são menos otimistas.
O cenário brasileiro
Colocando a lupa sobre o Brasil, o otimismo é ainda maior que a positividade global. De acordo com a PwC, 85% dos CEOs brasileiros acreditam que a economia mundial será melhor em 2021. No ano passado, nem 20% deles tinham esta expectativa.
Quanto ao desempenho de suas empresas, 53% deles estão “muito confiantes” sobre as perspectivas de crescimento, e 67% estão positivos sobre os próximos três anos.
A incerteza sobre política tributária é a maior preocupação dos CEOs (56%), seguida pelo receito de pandemias e outras crises sanitárias no Brasil (54%). Incertezas em relação a políticas (53%), aumento das obrigações tributárias (51%), crescimento econômico incerto (49%) e populismo (47%) elencam as maiores preocupações dos executivos brasileiros.
De acordo com o estudo, os CEOs preveem mais obrigações tributárias em resposta ao endividamento dos governos, que deve acarretar mudanças na política tributária.
Os números expressam uma diminuição de preocupação com o excesso de regulação e infraestrutura básica, ao passo que as ameaças cibernéticas, desinformação, declínio do bem-estar e problemas com a cadeia de abastecimento se tornaram riscos maiores.
Novo futuro
O relatório enfatiza que os líderes das empresas têm condições de promover as mudanças necessárias, “mas precisarão pensar de diferentes formas e avaliar suas decisões e ações de impacto social mais amplo com frequência”.
No decorrer de um ano da pandemia global, os CEOs acreditam que estamos virando o jogo – tanto na trajetória econômica mundial quanto nas possibilidades de reinventar o futuro, diz o relatório. “Aproveitar esse potencial exigirá construir a confiança e entregar os resultados sustentáveis pelos quais um mundo cansado anseia.”
No Brasil, o otimismo sobre o futuro transparece na expectativa de contratações, com 48% dos executivos esperando aumento nos próximos 12 meses e 51% para os próximos três anos.
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