A compra de 10% da filial brasileira do Carrefour pelo fundo de investimentos Península, de Abilio Diniz, pode significar uma transformação estratégica na empresa. Na opinião do consultor Alberto Serrentino, da Varese Retail, a chegada do ícone do varejo nacional à empresa francesa trará a ela o que tem faltado nos últimos anos.
“Não se trata de uma participação passiva. Abilio Diniz não chega apenas como investidor: ele traz visão negocial, gestão e estratégia para o Carrefour”, comenta.
É interessante observar que o valor pago por Diniz por 10% do Carrefour Brasil (R$ 1,8 bilhão) é exatamente o que o seu maior rival, o GPA, pretende investir em 2015 em seus diversos formatos de loja. “O Carrefour ganha ainda mais recursos para investir, e é de se esperar uma postura mais agressiva da empresa no mercado a partir de agora”, analisa.
Para Serrentino, a combinação Carrefour-Abilio Diniz tem tudo para ser vencedora. “O Carrefour é líder no setor de alimentos no Brasil e tem agora um sócio capitalizado que conhece muito o negócio”, afirma.
Uma combinação que certamente chacoalhará o mercado. “É sempre positivo quando acontece um movimento desse porte. Os concorrentes não ficarão parados esperando algo acontecer e quem ganha com isso é o setor”, diz.
Depois de praticamente dez anos sem um movimento estratégico de peso (o último foi a entrada da Cencosud no país, em 2007), o setor supermercadista ganha um novo capítulo.
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