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Carrefour e GPA se consolidam como as maiores forças do varejo alimentar

Carrefour e GPA se consolidam como as maiores forças do varejo alimentar

Segundo analistas, os líderes do mercado tendem a se distanciar ainda mais das concorrentes e a disputa entre as duas empresas deve aumentar

O varejo alimentar, mais do que nunca, pode ser representado por uma luta entre gigantes. De um lado, o Grupo Pão de Açúcar, controlado pelos franceses do Casino. Do outro, o também francês Carrefour, mas sob o comando de Abilio Diniz, antigo controlador do GPA e atualmente um dos principais acionistas da matriz e da subsidiária brasileira.
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A briga de cachorro grande se intensificou com a abertura de capital feita pelo Carrefour no mês passado. O IPO chegou a movimentar R$ 4,9 bilhões, sendo que R$ 3 bilhões de fato foram para a empresa. A maior parte desse montante foi para pagar dívidas.
Mas, de qualquer forma, a atual situação financeira do Carrefour é de tranquilidade. Logo, como o caixa está equilibrado, novas opções surgem no horizonte. Fazer aquisições é algo que já foi levantado pelo presidente Charles Desmartis. Além disso, toda uma revolução está acontecendo dentro da empresa.
A diversificação vem sendo a palavra de ordem no Carrefour. Afinal, além dos supermercados, hipermercados e do Atacadão, que virou a grande estrela da companhia com mais de 70% do faturamento, a varejista vem avançando no segmento de farmácias e postos de gasolina. Mais: a transformação de hipermercados em shoppings pode ser frequente. No fim de julho, houve a inauguração da primeira unidade do novo formato, o Shopping Jardim Pamplona.

GPA corre atrás do resultado

O segmento de atacarejo vem sendo a tábua de salvação dos varejistas em momentos de crise. O crescimento em 2016 foi de 16,8%, segundo pesquisa do Centro Inteligência Padrão com Serasa Experian. No GPA não foi diferente.
Neste ano, o Assaí se tornou a maior rede do Casino em todo o planeta. O crescimento de 28% da receita líquida do atacarejo no primeiro semestre de 2017 fez com que a bandeira ultrapassasse as marcas francesas Géant, de hipermercados, e Monoprix, de vestuário.
A importância que o Assaí conquistou dentro do Pão de Açúcar se reflete na atual estratégia da companhia. Diversos hipermercados Extra estão sendo repaginados e transformados em Assaí, que apresenta margens maiores.
Outro fator que tem agradado aos acionistas é o avanço do GPA no digital. A empresa ampliou os seus programas de fidelidade e transformou eles em aplicativos de descontos. Ou seja, munido com o celular, os compradores podem ter descontos de até 50% nas lojas do grupo – que analisa o perfil dos consumidores com lupa. Para completar, a rede já conta com uma plataforma consolidada no e-commerce.
Esse é um fator que a rede está bem mais avançada que a concorrente: o Carrefour voltou para a internet em 2016, após um hiato de quatro anos. E ainda não vende produtos do segmento de alimentos.

A visão do mercado

As ações do Pão de Açúcar vêm se recuperando em 2017. De janeiro até agora, os papéis apresentaram uma valorização de 34,5%, ante uma queda acumulada de 50% nos dois últimos anos. O atual valor de mercado da varejista controlada pelo Casino é de R$ 20,8 bilhões. Essa quantia não leva em conta a operação da Via Varejo, que deve ser negociada em breve.
Já o Carrefour está sendo mais bem avaliado pelos investidores. Apesar do IPO da empresa ter ocorrido no valor mínimo da ação, por R$ 15, a varejista é avaliada em R$ 32,6 bilhões. “Enxergamos que as duas empresas apresentarão os melhores resultados do setor na recuperação da economia”, afirma Carlos Soares, analista da Magliano Corretora.

Concorrência

Ao mesmo tempo em que Carrefour e Pão de Açúcar disputam a liderança, algumas de suas principais concorrentes ainda buscam aprender a operar no Brasil. São os casos da americana Walmart e da chilena Cencosud.
Ambas investiram bilhões de reais em suas operações. O resultado, no entanto, tarda em aparecer. Não por acaso, no ano passado, o Walmart fechou 60 pontos de venda em busca de rentabilidade. Para o ano que vem, o presidente da rede, Flávio Cotini, anunciou que a rede deve investir R$ 1 bilhão para reformar 120 hipermercados no Brasil.
Já a chilena Cencosud apostou forte no Brasil de 2007 a 2011. Foram sete aquisições no período ao custo de R$ 3 bilhões. Os resultados, contudo, não vieram. Desde 2013, os resultados da empresa, que faturou R$ 8,6 bilhões no ano passado, vêm apresentando quedas subsequentes. No último dia 25, a companhia anunciou que pretende colocar diversos ativos à venda para levantar até US$ 1 bilhão para reduzir dívidas. A Cencosud não entrou em detalhes sobre quais bandeiras serão vendidas, mas não seria surpresa para o mercado caso redes brasileiras estejam no pacote.
Segundo especialistas, os problemas de ambas as empresas ocorrem exatamente por conta da voracidade em busca de novas aquisições. Nenhuma das duas empresas conseguiu unir operações básicas de suas bandeiras, como as áreas logística e financeira. Carrefour e Pão de Açúcar querem ficar alheios a esses problemas e continuar se distanciando dos concorrentes.

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