Em um país tão grande como o Brasil, cabem muitos Carnavais. Do litoral nordestino ao sul do país, passando por Minas e, claro, Rio e São Paulo, o Hurb compilou as peculiaridades de cada região, contando um pouco mais sobre seus atrativos. A plataforma ainda traçou um panorama dos destinos mais buscados nesse primeiro carnaval nesse pós pandemia.
Rio de Janeiro, a cidade que respira carnaval
O primeiro baile de Carnaval da então capital do império foi registrado em 1840, e desde então a tradição foliã carioca é um dos maiores atrativos turísticos da cidade. A cada ano, ela começa a ser celebrada mais cedo. O primeiro bloco de 2023, por exemplo, desfilou em 08/01. A expectativa é de que cerca de 5 milhões de pessoas visitem a cidade para curtir os blocos de rua.
No último Carnaval regular, em 2020, foram mais de 2.1 milhões de turistas, que ajudaram a movimentar R$4 bilhões, segundo a Riotur. Argentinos, estadunidenses e ingleses foram as nacionalidades que mais ocuparam a cidade maravilhosa. A permanência média foi de 12 dias no Rio, ultrapassando e muito o calendário oficial da festa na Sapucaí, que dura em torno de seis dias apenas. Entre os turistas brasileiros, os paulistas foram mais de 30%, seguidos por gaúchos e mineiros.
Mais de 40% dos turistas afirmaram terem se hospedado em um dos hotéis da cidade, que registraram ocupação de 73% em fevereiro de 2020. Para este ano, cerca de 80% dos quartos disponíveis na cidade já estavam reservados para o período de 18 a 21/02. Ipanema e Leblon são os bairros preferidos pelos turistas.
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Onde há mais reservas
Entre os destinos com maior número de reservas de hotel confirmadas, o Rio de Janeiro segue imbatível na primeira posição. Mas é interessante observar que, em segundo lugar, Porto Seguro já superou Salvador (10º). Belo Horizonte e São Paulo, cidades que entraram bem mais tarde na programação carnavalesca, aparecem em sexto e nono lugar, respectivamente.
Contudo, muitos brasileiros aproveitam o feriado para ir para o litoral. Natal, Maceió, Fortaleza e Balneário Camboriú também aparecem na lista como destinos favoritos para o carnaval.
O pico de reservas foi registrado na segunda semana de janeiro, entre os dias 15 e 21. Entre as reservas confirmadas, uma em cada quatro só termina após a quarta-feira de cinzas, mostrando que uma fatia considerável dos viajantes opta por estender a estadia.
Mas o Rio não é o único destino tradicional para curtir a folia. Os festejos também fazem parte da história de mais três cidades na região Nordeste: Salvador (BA), Recife e Olinda (PE).
Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu
Salvador revolucionou a comemoração carnavalesca com seu trio elétrico. Ele foi batizado assim porque sua estreia aconteceu em um desfile com três integrantes em cima de um carro popular na década de 1950, o Fobica.
Dodô, Osmar e Temístocles subiram a ladeira que leva à Praça Castro Alves tocando música ao vivo, arrastando milhares de pessoas por cerca de 16 horas. Pouco tempo depois, o nome do grupo passou a ser usado para se referir ao caminhão com palco que circula com estrelas da música popular durante a festa soteropolitana. Ao todo, 25 km de circuitos sã ocupados na folia.
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O Carnaval baiano, no entanto, só ganhou a proporção que tem hoje na década de 70, quando canções começaram a ser criadas exclusivamente para a data. Caetano Veloso, Moraes Moreira e Os Novos Baianos, por exemplo, foram alguns dos responsáveis pelos primeiros hits de carnaval baiano. Já na década de 1980, com a popularidade do axé, a festa se diferenciou ainda mais da carioca graças à influência dos instrumentos de sopro e percussão caribenhos.
Cerca de 800 mil turistas passaram pelo carnaval de Salvador este ano, arrecadando R$ 1,8 bi direta e indiretamente. Para os hotéis, a expectativa de ocupação é de 95% na capital, chegando ao pico de 100% em algumas datas.
Olinda: tradição que está na moda
Os bonecos de Olinda (PE) são outro destaque do festejo nordestino. Com mais de dois metros de altura, o primeiro deles alegrou a cidade pela primeira vez há 90 anos. Frequentadoras das ruas da capital e do Recife Antigo, as escolas de samba locais também são quase centenárias.
Os bonecos gigantes não são a única peculiaridade local. Danças folclóricas típicas, como frevo e maracatu, predominam na festa pernambucana. Segundo destino do carnaval no estado, os primórdios do carnaval de Recife apontam para a comemoração da Folia de Reis, no século XVII. Cem anos depois, o maracatu virado arrebatou a cultura local. Com raízes africanas, essa expressão se popularizou após a abolição da escravatura brasileira, encenando a coroação do Rei do Congo.
Ainda assim, o que tornou Recife um dos destinos disputados para a época foi o Galo da Madrugada. Fundado em 1978 por Enéas Freire, o galo desfilou pela primeira vez em janeiro de 1978, seguido por apenas 70 pessoas. Anos depois, ele viria a ser reconhecido pelo Guinness Book como o maior bloco de Carnaval do Mundo.
Em 2020, 3,6 milhões de foliões passaram pela cidade, sendo 400 mil deles turistas estrangeiros. Com isso, foram movimentados R$ 295 milhões. No último carnaval recifense, em 2020, a ocupação hoteleira registrada pela ABIH-PE foi superior a 98%. Este ano, a prefeitura estima a participação de 2 milhões de foliões, menos do que o esperado para 2020.
São Paulo não é o túmulo do samba
Em São Paulo, a primeira escola de samba paulistana – a Lavapés – foi fundada em 1937, mas o primeiro desfile só aconteceu 18 anos depois, em 1955, no Parque Ibirapuera. O evento passou a ser realizado no Sambódromo do Anhembi apenas em 1977.
No Carnaval paulistano, é interessante observar a relação entre futebol e samba, já que muitas das escolas derivam de torcidas organizadas, como a Gaviões da Fiel, dos corintianos, e a Mancha Verde, dos palmeirenses.
Deixando de ser um lugar de onde os moradores fugiam, a cidade passou a ser bastante procurada. No Hurb, ocupa o 9º lugar entre as mais buscadas para o carnaval. Hoje, com a retomada da folia nas ruas, a terra da garoa atrai mais de 15 milhões de pessoas.
A expectativa é ocupar 55% dos quartos de hotéis disponíveis na cidade, repetindo o resultado de 2020.
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‘Beagá’
Há registros de que o primeiro carnaval de Belo Horizonte aconteceu em 1897, há 114 anos, quando homens se vestiram de mulher para seguir carros que salpicavam confetes e serpentinas. A tradição carnavalesca foi retomada apenas nos anos 1990, mais de cem anos depois. Em 2009, a cidade voltou a despertar para a folia nas ruas com o desfile de blocos e, desde então, a capital mineira ganhou uma programação cada vez mais intensa. Hoje, 12 desfiles acontecem na cidade.
O Grêmio Recreativo Escola de Samba (GRES) Inconfidência Mineira, de 1951, é a mais antiga ainda em atividade, enquanto o GRES Galocura, criado em 2007 pela torcida do Atlético Mineiro, é a mais nova.
A festa se tornou importante para o calendário econômico da cidade. Em 2020, mais de 4 milhões de pessoas escolheram BH para pular o carnaval. Este ano, estima-se que o número chegue a cinco milhões. Segundo o Sindicato de Hotéis, 200 mil mineiros foram para a capital, e a ocupação hoteleira chega a 100%. Na plataforma de reservas Hurb, é o sexto destino com maior número de vendas.
No sul do Brasil
No sul, a festa chegou mais tarde. O primeiro concurso carnavalesco de Curitiba aconteceu em 1942. Ainda é possível assistir aos desfiles das nove escolas de samba locais, entre os grupos especial e de acesso, mas esse destino se diferenciou dos demais devido à sua programação alternativa, que estimula àqueles que não são os maiores fãs de samba, frevo, fanfarra e axé.
Hoje, o Zombie Walk é o maior evento da cidade no carnaval. Nele, todos se vestem de zumbi para se arrastar pelas principais ruas da cidade, chamando atenção pelas maquiagens elaboradas e realistas. Mantendo o padrão alternativo, um festival de rock, o Psycho Carnival, também acontece nessa época.
Em Florianópolis (SC), o destaque fica com o Carnaval de Salão: bailes privados onde sambas-enredo, marchinhas e até ritmos nordestinos embalam o público. Contudo, a festa de rua, como se popularizou no país, pode ser encontrada nos bairros de Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui. Já as praias abrigam muitas festas eletrônicas. Esse ano, Floripa recebe milhão de pessoas e, mesmo não sendo um dos maiores destinos carnavalescos – no Hurb, não aparece entre as vinte com maior número de reservas realizadas, registra aumento médio da diária na rede hoteleira de 20%, com 83% de ocupação.
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