Paulo Correa, CEO da C&A há 3 anos, aponta que, mais que a transformação digital no sentido mais estrito da palavra, o que o Brasil testemunha hoje é a transformação do próprio varejo. O executivo afirma que a vitória da tecnologia sobre os processos do século 20 é iminente, mas que a mão de obra será sempre necessária. “Acredito que a integração do físico com o digital será o modelo vitorioso nesse processo. Por mais que a tecnologia traga facilidade, no final do dia, sempre haverá o elemento humano”, aponta Correa.
O CEO da C&A destaca ainda que o varejo vai precisar se esforçar para levar as pessoas às lojas físicas. “Será preciso ter alguma coisa diferente para atrair o consumidor, caso contrário ele vai ficar no sofá e comprar on-line”, alerta.
Paulo Froussat, vice-presidente de Market Development da Mastercard, aponta que os meios de pagamento estão se transformando para reduzir atritos para o varejo com o conceito de pagamento invisível, algo herdado da nova economia. Para o executivo, a redução da fricção na conclusão da compra está em andamento. “No mundo físico ou digital, você conclui uma compra e nem percebe o que aconteceu, como num aplicativo de viagem, você sai do carro e nem percebe que pagou”, diz Froussat.
Os executivos dividiram o painel “Construindo o varejo imbatível: relacional, sensorial e digital” com o CEO do GPA, Peter Stermann, e Paulo Naliato, diretor-executivo de vendas e negócios da Via Varejo.
Com as novas soluções em meios de pagamento, Froussat aponta a possibilidade do varejo vender muito mais e de uma forma rápida, segura e com uma experiência agradável, com a atenção do consumidor toda voltada para a compra, sem se preocupar com outros processos.
Correa chancela as afirmações de Froussat e aponta que a preocupação número um do varejo na missão de melhorar a experiência do consumidor é o checkout. “O caixa é perda de tempo, as pessoas só querem comprar e ir embora. É um grande detrator de toda experiência. Varejo de massa tem que ter fila? Não tem que ter fila. Como quebrar? É o que estamos preocupados em resolver”, explica.