A situação econômica brasileira não está animando a população. E isso se reflete diretamente em suas finanças. Segundo o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC) medido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apenas 12% dos brasileiros avaliam a própria vida financeira de forma positiva. A maioria (44%) acredita que ela se encontra em uma situação ruim ou regular (42%).
As principais razões apontadas é o orçamento apertado e a dificuldade diária de pagar as contas (39%), desemprego (36%), redução da renda (13%) e a perda do controle financeiro (4%).
O cenário político também tem um forte peso nessa percepção. De acordo com o estudo, os escândalos de corrupção e as notícias sobre o mau uso de dinheiro público fazem com que os indivíduos avaliem de forma negativa a performance da economia. A opção é apontada pela maioria dos respondentes: 48%.
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De forma geral, 82% dos consumidores entrevistados acreditam que a economia não está em boas condições, contra 2% dos que consideram o quadro positivo. Para 15% a situação é regular. Além dos desvios de dinheiro público, desemprego (27%), aumento dos preços (13%) e juros elevados (5%) preocupam a população.
“As melhoras pontuais na economia ainda não se refletiram no dia a dia do consumidor. Isso porque o desemprego e os juros permanecem altos e a queda da inflação ainda não se traduziu em ganho efetivo do poder de compra”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Cotidiano
Metade dos brasileiros entrevistados(50%) acreditam que o custo de vida alto é o fator que mais tem pesado na vida financeira familiar. 78% notaram aumento de preços nos supermercados. Para 69%, também aumentou o preço da energia elétrica. “A alta dos preços foi muito acentuada nos últimos anos e esses efeitos ainda são sentidos até hoje. Mesmo com a inflação crescendo em patamares moderados, para que haja uma recuperação do poder de compra é preciso que a renda do brasileiro volte a crescer, fato que ainda não aconteceu”, explica a Marcela.
O desemprego também se destaca entre os fatores que mais pesam na vida financeira familiar sendo mencionado por 22% da amostra. Aparecem em seguida, o endividamento (15%) e a queda dos rendimentos mensais (8%). O medo de ser demitido é um receio que assusta 33% dos trabalhadores, sendo que para 8% deles o risco de serem dispensados por seus empregadores é alto. Para 25%, o risco é médio e, para outros 25%, a probabilidade é baixa.
Perspectivas
Em termos percentuais, apenas 19% dos consumidores brasileiros se dizem otimistas com o futuro da economia do país contra 41% de entrevistados que se declaram pessimistas. A maior parte (45%) dos otimistas, contudo, não sabe apontar as razões desse sentimento. Entre os pessimistas com o futuro da economia, mais uma vez, a corrupção, a impunidade e a incompetência dos governantes para lidar com a crise desponta como a principal causa, citada por 49% desses entrevistados. Para outros 20%, a razão do pessimismo é o contínuo aumento do desemprego.