A crise econômica afeta diversos segmentos no Brasil. Mas esse “tumulto econômico” não parece ter impactado significativamente o mercado de smartphones. Claro que essa situação pode mudar, se as condições continuarem a piorar. Mas, por enquanto, o brasileiro continua apaixonado pelos seus aparelhinhos mágicos. Pelo menos é o que conclui uma análise realizada pelo eMarketer, empresa de análise de dados digitais.
O relatório “Mobile Brasil 2016: Previsões e Tendências” aponta que o Brasil começou a investir em melhorias de rede por causa da Copa do Mundo de 2014 e continuou investindo para as Olimpíadas Rio 2016. Como resultado, o número de conexões 2G no país caiu drasticamente, enquanto conexões 3G e 4G cresceram rapidamente.
Até recentemente, a crescente classe-média brasileira aproveitou bastante essa melhoria de infraestrutura. Em 2014, a audiência da internet mobile aumentou 32,8%. Este valor está entre as maiores taxas de crescimento do mundo, segundo estimativas do eMarketer.
Mas há sinais que a situação econômica do Brasil desacelerou o crescimento mobile ou mesmo reverteu alguns dos ganhos nos anos recentes. É difícil, no entanto, apontar o quanto esse setor foi afetado por fatores econômicos, dada a escassez de informações e os longos atrasos nos dados oficiais (por exemplo, dados importantes do governo sobre 2014 ainda não haviam sido publicados em Abril de 2016).
O eMarketer estima que o número de usuários de smartphones deve atingir um total de 64 milhões em 2016, os mais altos entre outros países na América Latina, rastreados pela empresa. O número de usuários irá crescer até 17,9% este ano e cairá para porcentagens de um único dígito lá para 2019, conforme o mercado vai se saturando.
Uma variedade de fonte de dados aponta para crescimento móbile, apesar das incertezas econômicas. Globalmente, o Brasil é atualmente o 5º maior mercado de smartphone, atrás da China (531,7 milhões de usuários), Índia (223,6 milhões), EUA (207 milhões) e Indonésia (65,2 milhões), segundo estimativas do eMarketer.
Marcas preferidas de smartphones
Por causa dos altos impostos e do famoso “Custo Brasil”, a maior parte dos fabricantes de smartphones oferece uma vasta variedade de devices, com preços diversos.
A sul-coreana Samsung construiu a liderança como a top fabricante no país, graças á grande variedade de aparelhos com preços razoáveis. Em uma pesquisa de 2015 da Mobile Marketing Association (MMA), conduzida pela Milward Brown e Netquest, mais de 1/3 dos usuários de mobile entre os 14 e 55 anos citaram a Samsung como a marca do seu primeiro smartphone. A Motorola e a LG, que também têm modelos variados, apareceram em segundo (21%) e terceiro (15%) lugares, respectivamente.
A Apple ganhou apenas 13% desta fatia. A empresa pode ver um declínio da sua fatia de mercado pela competição com os aparelhos de baixo custo.
Sem surpresa, Android é o sistema dominante no país. De acordo com o MMA, 78% dos usuários possuíam um dispositivo Android.