Os brasileiros começaram o ano com dívidas, segundo pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio). O porcentual está maior que o verificado em dezembro: agora, 61,6% das famílias dizem ter dívidas, frente os 61,1% registrados em dezembro de 2015.
O número do primeiro mês do ano também está maior que o registrado no mesmo mês de 2015, quando 57,5% dos brasileiros disseram ter dívidas.
?Embora seja observada retração nos indicadores de consumo das famílias, especialmente nas categorias de bens usualmente atreladas ao crédito, o aumento das taxas de juros, ao mesmo tempo em que há redução de emprego e da renda real dos consumidores, manteve o endividamento em patamar elevado?, explicou em nota a economista da CNC Marianne Hanson.
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Segundo a CNC, a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso e das que relataram não ter condições de pagar suas contas em atraso também aumentou em ambas as bases de comparação.
O percentual de famílias inadimplentes passou de 23,2%, em dezembro de 2015, para 23,7% em janeiro de 2016 ? o maior patamar desde setembro de 2011. No mesmo período do ano passado o índice era de 17,8%.
A proporção das que declararam não ter condições de honrar as dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes atingiu 9% em janeiro, ante 8,7% em dezembro de 2015 e 6,4% registrados no mesmo período do ano passado.
Novamente, o cartão de crédito foi apontado como o principal tipo de dívida: 78,6% dos 18 mil entrevistados têm esse tipo de dívida como a principal.
A parcela média de renda comprometida com dívidas atingiu 31,7%, e 26,3% declararam ter mais da metade dos vencimentos vinculada ao pagamento desses compromissos. O cartão de crédito foi apontado como o principal tipo de dívida por 78,6% dos 18 mil entrevistados em todas as capitais e no Distrito Federal.