A oferta de locais que oferecem refeições veganas em seus cardápios tem se aumentado no Brasil. Empresas e restaurantes estão se adaptando à demanda de consumidores que decidiram eliminar a carne da dieta, seja por questões de saúde, sustentabilidade ou compaixão pelos animais.
Atualmente, a América Latina conta com mais de 9 mil locais com opções veganas e talvez você se surpreenda ao saber que o Brasil lidera esse ranking, concentrando no país 32,4% desses lugares. Logo em seguida aparece o México, com 25,9%; Argentina com 10,6%; Colômbia com 10,1% e Chile com 8,4%, formando, assim, a lista dos 5 países mais vegan-friendly da região.
É o que demonstra o recente estudo realizado pela HappyCow e pela Veganuary (organização internacional que convida a experimentar o veganismo a cada janeiro, com inscrições abertas gratuitamente para o desafio de janeiro de 2023).
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“Os países com maior oferta vegana na América Latina coincidem com o ranking dos países com mais participantes Veganuary, onde México, Argentina, Colômbia, Chile e Brasil estão posicionados no top 10. Por isso, fizemos este mapa dos países e cidades com mais opções para veganos junto com HappyCow, porque podemos ver como o aumento da demanda de pessoas que abriram mão de produtos de origem animal contribui para que restaurantes e diferentes empresas possam oferecer uma oferta cada vez maior”, comentou Mauricio Serrano, diretor de Veganuary na América Latina.
Brasil lidera oferta de opções veganas
O Brasil é o país com a maior oferta vegana. São mais de 2.900 locais com opções para quem segue uma alimentação baseada em vegetais. No território nacional, São Paulo e Rio de Janeiro lideram como as cidades mais vegan-friendly, com 573 alternativas para o público vegano. Diferentemente da tendência da maioria dos países da América Latina, no Brasil, a categoria delivery se posiciona em segundo lugar, atrás da categoria restaurante.
“É incrível finalmente ver esse crescimento na América Latina. Alguns desses países sempre foram considerados extremamente difíceis para os veganos, mas hoje algumas empresas latino-americanas chegam a liderar o mundo em inovação, como a chilena NotCo”, disse Eric Brent, fundador da HappyCow.
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Em relação às cidades latino-americanas com mais lugares com opção vegana, São Paulo, Buenos Aires e Cidade do México se posicionam nas primeiras colocações, seguidas por Santiago, Bogotá e Rio de Janeiro. Em relação às categorias, o México se posiciona como o país com maior número de restaurantes 100% veganos (447), seguido do Brasil e da Colômbia (418 e 120, respectivamente). Em relação à categoria de lojas veganas especializadas, o crescimento ainda é lento na região, liderado pelo Brasil, e com destaque a Chile, Argentina e México.
O estudo analisou a oferta de alimentos veganos da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Uruguai, Paraguai, Peru, México e Venezuela, e considerou todos os dados fornecidos pelo aplicativo HappyCow, que categoriza os diferentes negócios — restaurantes, lojas de produtos naturais, lojas veganas, padarias, delivery, lanchonete, sorveteria e food truck, entre outros — em veganos, vegetarianos e com opção vegana.
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Cresce público que não come carne no Brasil
O levantamento mais recente do Ibope aponta que houve um crescimento de 75% dos brasileiros que se declaram vegetarianos, em relação a estudos anteriores. A Sociedade Vegetariana Brasileira, entidade fundada em 2003, e criadora do Selo Vegano, programa que concede certificação confiável a produtos de diversos ramos, destacou o avanço do movimento pelo não consumo de carnes e produtos de origem animal, apontando o aumento progressivo de brasileiros que têm aderido a esse estilo de vida.
Um estudo da Allied Market Research indica que o mercado vegano foi avaliado em US$ 19,7 bilhões em 2020, apresentando expectativa de crescimento para mais de US$ 36,3 bilhões até 2030. Um levantamento encomendado pela CNN Brasil ao Ministério da Economia mostra também que nos últimos 10 anos aumentou em 500% o número de empresas abertas com o termo “vegano” no nome.
“Entendemos que a conscientização e a decisão por deixar de consumir produtos de origem animal é um processo lento, que enfrenta fatores culturais, hábitos e conceitos arraigados, e essa mudança acontece aos poucos. Mas, percebemos que muitas pessoas têm diminuído o consumo de carne e já fazem questão de adquirir produtos que não tenham sido testados em animais”, diz Ricardo Laurino, presidente da SVB.
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