A produtividade total dos fatores (TFP, sigla em inglês) mede o quão produtivo é um país. Por isso, saber que o País é menos produtivo do que meio século atrás (!) é triste e difícil de acreditar. Essa falta de produtividade é uma das falhas estruturais da nossa economia que culminou na pior recessão da história do país. Economias saudáveis e estáveis precisam de empregos de alta produtividade e de alta qualidade.
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Mas, como o Brasil pode chegar lá? É fácil se desanimar com os escândalos políticos que vemos nas notícias. Também é desculpável a descrença de que o nosso sistema político fará a coisa certa. Diante disso, como melhorar nossas vidas?
Como o Brasil pode realizar seu potencial?
Existe uma força que está desempenhando um papel de aceleração e provocando uma mudança positiva. Uma força que nunca foi tão impactante e inegável como é agora (não só no Brasil, mas mundialmente). Essa força está ao nosso redor e a marcha rumo ao progresso é inevitável. Ela não pode ser detida com os maiores esforços dos corruptos nem com os piores esforços dos incompetentes. Essa força é a tecnologia.
Os recentes impactos da tecnologia são vastos e profundos: o Whatsapp tem transformado a maneira como os brasileiros se comunicam, o Twitter empoderou as massas (trazendo consigo mais transparência para os governos), Netflix e Youtube revolucionaram a maneira como consumimos vídeos, a Uber mudou a forma de ir e vir e o Facebook descentralizou a mídia. Mas essa lista não para por aí.
Observando o ecossistema brasileiro a fundo, é encorajador ver a quantidade de startups que fazem o mesmo em seus segmentos: JusBrasil está trazendo mais transparência para o sistema judiciário, marketplaces como Elo7 e Enjoei estão criando novas vertentes de e-commerce e a Mandaê (minha startup) está trazendo opções de frete que as PMEs nunca haviam conseguido acessar antes.
Mais importante: a tecnologia avança a passos largos. Dez anos atrás, nenhuma dessas tecnologias era tão presente como é hoje – e muitas sequer existiam. Hoje, transformamos a maneira como as pessoas vivem e fazem negócios. Esse processo força os oligopólios a se adaptarem e melhorarem seus serviços (ou até a acabarem de uma vez).
Mas o que é mais surpreendente (e o que muitas pessoas têm dificuldade de compreender) é que esse passo da tecnologia é cada vez mais acelerado. Existem talvez seis megatendências que vão moldar o mundo nos próximos 5-10 anos: realidade virtual/realidade artificial, machine learning, veículos autônomos, a decadência da televisão, anúncios online e o crescimento contínuo do comércio eletrônico no share do varejo.
Essas tendências também vão moldar o Brasil. Veja o que mudou nesses últimos 10 anos e imagine como o país será daqui a 10 anos.
A beleza da inovação é que ela tende a empoderar os consumidores e usuários finais, melhorando a qualidade de vida, aumentando a produtividade e incentivando a atividade econômica em todo o processo. Monopólios e oligopólios podem ser extintos de um dia para o outro, a menos que se adaptem e deem aos consumidores o que eles querem. Até estados centralizados precisam se adaptar sendo mais transparentes, investindo seus fundos com sabedoria e gerenciando seus recursos com mais eficiência. Governos corruptos podem impedir o progresso, mas nada poderá interrompê-lo.
Embora todos devamos lutar pelo fim da corrupção e por um governo mais eficiente, não podemos e não devemos acreditar que isso resolverá todas as nossas deficiências. Para um Brasil mais produtivo precisamos abraçar, promover, investir e desenvolver tecnologia. Agora é hora de apostar na era tecnológica e trazer o nosso futuro para as nossas próprias mãos.
O Brasil é o país do futuro e a tecnologia nos levará até lá.
*Marcelo Fujimoto é CEO e cofundador da Mandaê