O Big Data é uma tecnologia que tem revolucionado diversos setores do mercado. No marketing, por exemplo, tem sido usado para coletar dados, hábitos e preferências de consumidores e, desta forma, melhorar a tomada de decisões e possibilitar a criação de ações mais assertivas. Mas você sabia que a orientação por dados também pode ser aplicada à gestão de pessoas?
A coleta e tratamento de dados relativos a funcionários, colaboradores e profissionais de uma determinada área possibilita contratações mais alinhadas com o perfil e necessidades organizacionais, tomada de decisões mais assertivas, análise e retenção de talentos, melhores avaliações de desempenho e redução de custos operacionais, entre outros benefícios.
Da intuição à orientação por dados
A gestão de pessoas vem passando por grandes transformações nos últimos anos. Até pouco tempo atrás, era comum encontrar organizações em que o registro de ponto era feito em folhas perfuradas de papel e o histórico do funcionário registrado em grandes arquivos que ficavam armazenados em pastas e depois iam parar em um depósito, ocupando espaço e tornando a análise dos registros um processo moroso de difícil acesso.
Atualmente, uma quantidade muito maior de dados é coletada o tempo todo – desde o processo seletivo até o dia a dia de trabalho, incluindo registros relacionados ao horário de jornada, produtividade, tarefas que desempenha melhor, habilidade e preferência, entre outros – e armazenada em nuvens. Neste cenário, o Big Data ganha espaço e relevância.
“Big Data é o termo que descreve o imenso volume e formatos de dados que impactam os negócios no dia a dia. Esses dados devem ser analisados e transformados em insights que levam a melhores decisões e direções estratégicas de negócios”, explica Mônica Hauck, CEO da Sólides, empresa que é referência em gestão de pessoas no Brasil.
Os dados coletados por meio de Big Data, quando aplicados à gestão de pessoas, podem ser chamados também de people analytics e são atualmente um importante aliado das organizações.
“Hoje tudo é quantificável. Nosso comportamento e movimentos são monitorados por nossos celulares, computadores, relógios, entre outros gadgets que utilizamos. Por meio dessas tecnologias é possível extrair os dados gerados e, desta forma, criar ações direcionadas e até mesmo personalizadas de acordo com cada pessoa”, explica a executiva.
Na gestão de pessoas, por exemplo, o uso de Big Data torna os processos de decisões mais assertivos e inteligentes, contribuindo para melhores tomadas de decisões sobre ações para engajamento de times e colaboradores, por exemplo.
“Além disso, com a geração de grande volume de dados é possível encontrar padrões de comportamento historicamente. Sendo assim, a ‘previsão’ do futuro, ou melhor, estimativa de resultados, fica mais clara da probabilidade de algo acontecer baseado no que aconteceu no passado”, pontua a CEO da Sólides, que considera a clareza na visão de mercado a mais importante e valiosa contribuição dos dados para o negócio e para a gestão de pessoas.
“Olhar para o passado nos ajuda a prever algo que pode acontecer no futuro por meio de padrões de comportamento. Com o auxílio da tecnologia, esse processo fica mais claro e exato. Por exemplo: se buscarmos a existência de um padrão de comportamento antes de colaboradores pedirem demissão de uma empresa, é muito provável que sejam encontradas mudanças que sirvam como indicativos de que aquele funcionário está prestes a pedir desligamento. Mapeados esses padrões, é possível monitorá-los individualmente em cada colaborador e detectar probabilidade de saídas. Dessa maneira, a empresa consegue se antecipar para evitar pedidos de demissão, caso o colaborador em questão seja considerado importante para a empresa”, exemplifica Mônica Hauck.
Benefícios do Big Data na gestão de pessoas
Veja a seguir quatro aspectos nos quais o uso de dados pode impactar positivamente o relacionamento com colaboradores e profissionais em geral:
1. Contratações com maior assertividade
Com o uso de Big Data é possível aprimorar a busca por profissionais disponíveis no mercado de trabalho, cruzando os dados fornecidos por candidatos às vagas com os de sites de empregos e também de mídias sociais, como o LinkedIn, Instagram e Facebook, por exemplo.
Além disso, o Big Data fornece insumos para análises mais complexas a respeito de perfis profissionais, permitindo prever o tempo de permanência na empresa com base no padrão de experiências profissionais anteriores ou mesmo descobrir se a duração dos antigos trabalhos pode impactar no desempenho do candidato.
Neste sentido, a tecnologia pode trazer, inclusive, impactos nas finanças da empresa, reduzindo o turnover e os custos operacionais.
2. Entendimento do perfil comportamental e avaliação de desempenho
O monitoramento, coleta e análise de dados referentes à produtividade, hábitos e comportamentos dos colaboradores de uma organização podem ajudar a identificar padrões e a medir o desempenho dos profissionais.
Por meio da análise de Big Data, por exemplo, é possível identificar em qual turno um funcionário tem pico de produtividade e, assim, adotar horários de trabalhos mais assertivos; ou ainda reconhecer quais processos são feitos por funcionários que conseguem unir produtividade e qualidade e tentar aplicá-los ao restante da equipe.
3. Melhoria na gestão de pessoas
A orientação por dados também pode representar grandes e importantes melhorias na gestão de pessoas. Por meio dela é possível definir metas mais assertivas, identificar necessidade de treinamento e profissionais com mais potencial de crescimento, entender os motivos que levam ao absenteísmo, bem como aspectos ligados à saúde física e mental dos trabalhadores, eliminar situações que desmotivam os funcionários e reduzir turnover.
Através do leitor biométrico onde se registra o ponto, por exemplo, é possível capturar informações capazes de indicar níveis de estresse, existência de doenças ocupacionais e até mesmo alterações de comportamentos.
4. Atuação estratégica e melhoria da análise preditiva
O Big Data aplicado à gestão de pessoas tem ainda uma atuação estratégica no sentido de prever acontecimentos e, desta forma, se antecipar a eles, cruzando informações internas e externas à organização e adiantando a busca por soluções.
Isso é possível com a observação de históricos. A ocorrência de fatos similares com certa frequência no passado, por exemplo, sugere a existência de um padrão que pode vir a se repetir. Quando isso é percebido antes, uma medida preventiva pode ser tomada.
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