A Bayer anunciou que está passando por mudanças para melhorar seu desempenho e tornar a empresa mais ágil. Para isso, a companhia está introduzindo um novo modelo operacional denominado “Propriedade Dinâmica Compartilhada” (DSO) em todo o mundo, que reduzirá hierarquias, eliminará a burocracia, agilizará estruturas e acelerará os processos de tomada de decisão.
A decisão foi tomada em consenso entre o Conselho de Administração da Bayer AG e os representantes dos trabalhadores no Conselho Fiscal, que concordaram com as diretrizes que moldarão o futuro da empresa. Isso inclui regulamentações para as esperadas reduções de pessoas durante a reestruturação em andamento nas empresas do Grupo na Alemanha.
Heike Prinz, membro do Conselho de Administração e Diretor de Trabalho da Bayer AG, destacou a necessidade da mudança, considerando os desafios enfrentados pela empresa nos últimos tempos. “A Bayer está atualmente numa situação difícil por vários motivos. Para conseguir melhorias rápidas e sustentáveis no nosso desempenho operacional e na nossa margem de manobra, são necessárias medidas de longo alcance. Queremos colocar a Bayer de volta no caminho do sucesso rapidamente”, explicou Prinz em comunicado à imprensa.
De acordo com a companhia, o novo modelo operacional DSO visa criar uma cultura organizacional mais adaptável, permitindo que a Bayer responda rapidamente às mudanças no mercado e mantenha sua posição de liderança nos setores em que atua.
“A administração da empresa e os representantes dos trabalhadores devem unir-se e chegar a acordo sobre as medidas expressas na Declaração Conjunta para superar esta situação desafiadora e garantir o futuro da empresa. Somente através de uma ação coletiva e decisiva seremos capazes de remover todos os obstáculos internos e colocar a Bayer de volta no caminho do crescimento lucrativo futuro.”
A empresa também destacou seu compromisso com a transparência e a comunicação aberta durante todo o processo de transição. As medidas de reestruturação, incluindo as reduções de pessoal, serão implementadas com o cuidado de minimizar impactos negativos nos colaboradores, mantendo um diálogo constante com os representantes dos trabalhadores.
“Como órgão representativo dos trabalhadores, estamos a fazer uma campanha vigorosa pela continuidade da existência do Grupo com todas as três divisões. Vemos o novo modelo operacional como uma grande oportunidade para melhorar significativamente a nossa situação económica. No entanto, na situação económica tensa da empresa, os programas e medidas já em curso não são suficientes, razão pela qual, com pesar, acordámos em novos cortes”, afirma Heike Hausfeld, Presidente do Conselho Central de Trabalhadores da Bayer AG.
A preocupação com o impacto humano da reestruturação foi um ponto central nas discussões, com o objetivo de minimizar os efeitos negativos sobre os colaboradores.
“No entanto, nas negociações com o empregador, conseguimos tornar os próximos cortes de empregos tão socialmente responsáveis quanto possível dentro das possibilidades existentes. Também conseguimos garantir que a segurança geral do emprego fosse prorrogada por mais um ano, até ao final de 2026”, sublinha Hausfeld.
“Nosso novo modelo operacional foi projetado para tornar a Bayer mais rápida e inovadora. No entanto, a sua introdução ocorrerá às custas de muitos funcionários de gestão”, explica a Dra. Barbara Gansewendt, Presidente do Comité de Executivos do Grupo Bayer AG, que representa os interesses dos funcionários de gestão.
Os cortes de empregos deverão ser implementados rapidamente nos próximos meses e concluídos até o final de 2025, o mais tardar. A implementação será em grande parte descentralizada, o que significa que o seu âmbito não pode ser quantificado por enquanto.
“Este é um desenvolvimento extremamente amargo para nós, mas não há alternativa viável nas atuais circunstâncias. No entanto, garantimos que os trabalhadores cujos empregos serão eliminados ao abrigo do novo sistema receberão não só uma indemnização por despedimento atractiva às condições de mercado, mas também o apoio e tempo necessários para orientação pessoal, a fim de encontrar um novo emprego o mais rapidamente possível.”
A Bayer emprega atualmente cerca de 22.200 pessoas na Alemanha.