A democratização do sistema financeiro está no centro das discussões sobre tendências emergentes. Com a ascensão das fintechs e a evolução dos bancos tradicionais, o ecossistema financeiro passou a acompanhar as mudanças do setor e com isso o mercado passou a ter uma disputa saudável pela atração de novos clientes. Esse movimento tem transformado profundamente a maneira como as pessoas, empresas e até mesmo governos exercem influência na utilização dos serviços financeiros.
As fintechs, ou empresas de tecnologia financeira, surgiram como agentes de mudança disruptiva em um setor que, por muito tempo, foi dominado por instituições financeiras tradicionais. Esses novos modelos de negócios trouxeram inovações como aplicativos de pagamento móvel, empréstimos, robôs de investimento e diversas outras soluções financeiras que visam simplificar e tornar mais acessíveis os serviços financeiros.
Por outro lado, os bancos tradicionais sofreram significativamente o impacto desses novos modelos de negócios e passaram por transformações profundas para se adaptarem a esse novo cenário de mudanças disruptivas no setor financeiro, como por exemplo, digitalização e automação nos processos, parcerias e aquisições, expansão de serviços e entre outros.
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Esse tema foi abordado no CONAREC 2023 no painel “Bancos e fintechs a democratização do sistema financeiro”. Mediado por Edson Machado Filho, coordenador Hubs e CEI Ibemec, o painel reuniu os executivos financeiros Jeferson Honorato, diretor next Bradesco; Cesar Ribeiro, superintendente executivo de operações, atendimento e ouvidoria Banco Pan; Rafael Lichtenecker, diretor de operações, customer experience e anti-fraude Nomad onde trouxeram iniciativas e visões sobre a os modelos tradicionais financeiros e as Fintechs.
De acordo com Cesar Ribeiro ao analisar as diferenças entre os bancos tradicionais e as fintechs), houve uma mudança na dinâmica da competição no setor financeiro nos últimos 10 anos. “Quando olhamos para bancos tradicionais, o grande tema é a competição, mas vou chamar de uma competição saudável. Nos últimos 10 anos o modelo de competição dos bancos era diferente, e com uma estrutura para desenvolvimento de produtos, aberturas de agências e postos bancários. Tudo isso convergiu para termos uma nova dinâmica. Toda essa mudança veio de um olhar sobre como tornar esse sistema mais acessível para todos” afirma Cesar.
Em complemento, Jeferson Honorato destacou a importância da busca pela excelência na experiência do cliente e tendo o maior beneficiado em torno dessa discussão o cliente. O executivo enfatizou que essa busca não se trata apenas de adotar novas tecnologias, mas também de melhorar a jornada do cliente em todo o processo.
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“Todo mundo está buscando a excelência na questão da experiência. O principal beneficiado é o cliente. Não é apenas uma questão de transformação tecnológica, mas também da jornada do cliente. De um lado, o Bradesco vem em um processo de aceleração e transformação digital muito intenso nos últimos anos, investindo em estrutura de dados, tecnologia de ponta e inteligência artificial. Na empresa, mais de 95 % das transações são feitas digitalmente” explica Jeferson.
Com o advento das novas tecnologias, as fintechs estão desafiando a hegemonia dos grandes bancos ao oferecer taxas mais competitivas e serviços mais personalizados. Isso tem incentivado os bancos tradicionais a se reinventarem, adotando tecnologias semelhantes e melhorando seus próprios serviços. Como resultado, os consumidores agora têm mais opções e maior poder de escolha em relação aos serviços financeiros que desejam utilizar.
Rafael Lichtenecker explicou que a principal motivação para a criação da fintech Nomad foi abordar uma “dor latente” dos consumidores, ou seja, resolver um problema ou atender a uma necessidade que estava presente, mas não estava sendo adequadamente atendida.
“A Nomad nasceu de uma dor latente. Hoje temos mais de 1 milhão contas. Quando pensamos em Costumer Experience, somos os precursores nesse trabalho. Entendemos que somos fortes em proporcionar uma experiência em que o cliente seja abordado rapidamente, onde ele terá sua remessa feita em um curto tempo e será atendido de forma rápido e com qualidade. Ao final, o norte da criação da Nomad foi pensar em uma dor latente do consumidor, pensando em quando ele saísse para fora do seu país”
Em resumo, a democratização do sistema financeiro impulsionado por bancos e fintechs está criando um ambiente mais inclusivo, acessível e transparente para todos os envolvidos. À medida que essa tendência continua a evoluir, Bancos e Fintechs estão interessadas em trabalharem em colaboração para equilibrar a inovação, a fim de colher todos os benefícios que a revolução financeira pode oferecer à sociedade como um todo.
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