Pela segunda vez em 2021, a procura do consumidor por crédito nos bancos e financeiras registrou alta e um dos motivos foi a procura de consumidores que recebem até R$ 1 mil – justamente o grupo mais vulnerável.
Em linhas gerais, é o que aponta o Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito da Serasa Experian, que registrou a segunda e mais expressiva alta deste ano. Segundo o levantamento, houve crescimento de 17% em comparação com o mês anterior. Ainda de acordo com o índice, a região Sudeste foi uma das principais responsáveis pelo aumento, marcando 18,9%, a maior expansão desde abril de 2017.
Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a retomada reflete o relaxamento das medidas restritivas, que atuaram fortemente em abril. “No início de maio tivemos um recuo das imposições feitas pelos governantes devido ao cenário de saúde no país, essa movimentação influenciou positivamente a confiança do consumidor, que passou a sentir mais segurança ao buscar por crédito, elevando o percentual de demanda”.
Volúveis
Ainda na análise mensal, os consumidores de menor renda foram o que mais procuraram pelo recurso financeiro. Aqueles que recebem até R$ 500 por mês registraram alta de 19,2% e os que ganham de R$ 500 a R$ 1 mil cresceram 17,7%. “Economicamente falando, as pessoas de menor renda são mais volúveis, quando há crescimento são as que mais sobem, no entanto, essa tendência se repete também na queda”, afirma Rabi. Veja:
Análise Anual
No comparativo ano a ano, há um crescimento de 50,8% em maio de 2021, o que seria o maior de toda a série histórica do índice.
No entanto, segundo explica Rabi, o crescimento verificado de maio (2020) a maio (2021), de certa forma, compensou a queda verificada justamente em maio do ano passado. De acordo com os dados, houve uma diminuição de 20,7% em maio de 2020 causado pelo lockdown. Ou seja, o crescimento foi invalidado pela grande expansão. “É importante considerar que com o tombo do ano passado o que seria um crescimento recorde significa apenas uma leve recuperação”, finaliza o economista.
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