O setor atacadista distribuidor conseguiu apresentar um crescimento nominal de 3,1% no ano passado, segundo informou hoje (25) a Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores). Como previsto em prévia realizada pela Associação em fevereiro, em termos reais, contudo, o setor apresentou retração de 6,8% – porcentual inferior à inflação do período, que ficou em quase 11%.
Os números do Ranking são apurados a partir de dados fornecidos voluntariamente por empresas do setor associadas à Abad e analisados pela consultoria Nielsen, em parceria com a FIA (Fundação Instituto de Administração), e contou com a participação de 544 atacadistas e distribuidores de todo o Brasil.
Ao todo, o faturamento anual do setor foi de R$ 218,4 bilhões, garantindo ao setor uma fatia de 50,6% do mercado mercearil nacional. É o 11º ano em que essa participação de mercado supera os 50%, segundo a Associação.
O mercado mercearil compreende produtos de uso comum das famílias, como alimentos, bebidas, limpeza, higiene e cuidados pessoais, entre outros.
Segundo a Associação, o aperto da renda das famílias no último ano influenciou o crescimento do setor, uma vez que as famílias voltaram a fazer grandes compras mensais de abastecimento, em detrimento das várias pequenas compras semanais de reposição feitas no varejo de vizinhança, principal cliente dos agentes de distribuição.
Dentre os varejos atendidos pelo setor, os supermercados médios foram os que apresentaram melhor desempenho. Já os pequenos varejos de vizinhança, embora continuem a cumprir um papel importante nas compras de reposição ou de conveniência, apresentaram crescimento reduzido ou queda.
Nesse novo cenário, o maior beneficiado é o modelo Atacado de Autosserviço, que cresceu 12% entre 2014 e 2015 em termos nominais, com a abertura de quase 50 novas lojas que atendem, além dos varejistas, o consumidor final.
Apesar do crescimento expressivo, o número de Atacados de Autosserviço (em torno de 500) é reduzido em relação ao setor como um todo, estimado em mais de 5.000 empresas de diversos portes.
Este modelo de negócio ainda está crescendo, mas a Abad reforça que mesmo no Atacado de Autosserviço o consumidor segue racionalizando as compras, escolhendo marcas mais em conta e substituindo ou mesmo cortando itens, dando preferência aos produtos mais básicos. Do ponto de vista do cliente varejista, o grande atrativo é também o preço, já que esse modelo não costuma investir em serviços.