As competências pessoais de um candidato a uma vaga de emprego devem estar explícitas em um bom currículo. Mas só colocá-las no papel não basta. Nas entrevistas de emprego com os avaliadores, é preciso mostrar com um discurso convincente, demonstrando segurança em decisões e situações passadas, que suas habilidades são compatíveis com o cargo. Na conversa com os gestores, as perguntas sobre as competências pessoais guiam a linha de raciocínio e a capacidade do candidato.
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“Em resumo, através de uma série de perguntas comportamentais, os recrutadores conduzem o candidato a exemplificar como, quando e porquê ele usou suas habilidades e pontos fortes em resoluções dentro do trabalho, em tarefas que deram resultados efetivos para a empresa e que o fizeram crescer profissionalmente”, afirma João Paulo Klüppel, gerente executivo da Michael Page, consultoria global de recrutamento de média e alta gerência. Confira abaixo as principais perguntas nas entrevistas de emprego:
1 – Descreva uma situação importante onde você usou uma ideia particular para resolver um problema da companhia
“Essa questão é direcionada às competências individuais. É neste momento que o recrutador/ou profissional que estiver em contato com o candidato vai querer entender como se desenvolveram valores como determinação, persistência, conhecimento, independência, decisão de riscos e integridade pessoal, ou seja, competências que florescem no indivíduo. Portanto, são de dentro para fora”, diz o headhunter da Michael Page.
2 – Conte sobre um momento em que você levou uma equipe a alcançar seu objetivo.
“Quando o candidato ouve essa pergunta, é sinal de que o recrutador deseja compreender a sua real capacidade de tomar conta de outras pessoas, assumir a liderança, priorizar o pensamento estratégico, tocar planos de ação e melhorar o controle administrativo. É uma pergunta típica sobre competências administrativas. Um dos setores que abriga exemplos abundantes dessa questão é a área de Marketing, até pela característica de formação em Humanas das pessoas, que são fortes em Comunicação, mas em geral precisam de maior auxílio de funções de muito detalhamento técnico, checagem orçamentária e controle de processos”, define o gerente executivo da Michael Page.
3 – Dê exemplos de como você identificou um problema na rotina de trabalho, olhando com mais proximidade para a situação/projeto.
“A capacidade de enxergar erros, e princípios de soluções, escondidos em números ou detalhes do dia a dia, está associada à competência analítica. Ao ouvir a pergunta citada acima, o candidato deve comentar com clareza as suas habilidades de tomada de decisão, quando ele apresentou algum grau de inovação, aprendizado prático e atenção aos detalhes. O setor de Varejo é bom exemplo de segmento onde a competência analítica pode evitar erros gravíssimos em indicadores de desempenho”, comenta Klüppel.
4 – Descreva uma situação em que você uniu pessoas para trabalharem juntas.
“Bem, essa é uma questão intuitiva, mas que nem sempre é tão bem respondida pelos candidatos. Aqui, o recrutador deseja saber as virtudes colaborativas, de persuasão, ou seja, as competências interpessoais do candidato. Empresas de todos os portes, dos mais variados setores, estão estruturadas à base de equipes que atuam em vários projetos ao mesmo tempo e um bom exemplo é o das startups e de algumas gigantes da Tecnologia. Para a gestão dessas companhias, quanto mais colaborativas elas são, mais probabilidade essas marcas terão de crescer.
5 – Comente um caso onde você trabalhou o máximo que pôde e teve a sensação de não estar sendo reconhecido, mas ainda assim, continuou a tarefa até a entrega final.
“Apesar de ser uma pergunta aberta, é neste momento que o candidato deve apresentar suas competências motivacionais. Afinal, quando algo não está bem dentro do trabalho, o que realmente é capaz de manter uma pessoa em pé e forte até o final do seu objetivo? Sem dúvida, é o poder de motivação. Nesses casos, o recrutador quer compreender os níveis de resiliência, orientação de resultados, foco e iniciativa do candidato, e tudo isso está atrelado à motivação”, finaliza o gerente executivo da Michael Page.
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