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Anywhere office: estabelecimento é obrigado a ceder espaço?

Anywhere office: estabelecimento é obrigado a ceder espaço?

Com o anywhere office ganhando força, será que os estabelecimentos comerciais são obrigados a ceder espaço para as pessoas trabalharem?

O anywhere office, ou seja, o escritório de qualquer lugar, vem ganhando força. E não é para menos, afinal, depois da pandemia de covid-19, as organizações adotaram novas formas de trabalho, e houve um consenso em favor da jornada híbrida. Assim, são alguns dias de trabalho presencial e outros remotos.

Mas, não é todo estabelecimento comercial que comunga do movimento anywhere office. Tem quem acredite que a prática acostuma mal certos consumidores, que querem transformar os locais em verdadeiros escritórios particulares. Entre as queixas de alguns proprietários, está o fato de clientes que retém mesas por tempo excessivo, e, muitas das vezes, sem consumo equivalente. Ademais, tem quem acredite que a conduta impede a rotatividade de outros consumidores que desejam se alimentar. Esse é o pensamento de um dono de uma padaria em Barueri (SP), na Grande São Paulo.

Brigas devido ao anywhere office

Em síntese, o homem causou polêmica após um vídeo seu, bem agressivo, viralizar nas redes sociais. Nas imagens, o proprietário da padaria aparece irritado, ameaçando e tentando agredir um cliente que estava utilizando um notebook em seu estabelecimento enquanto consumia alimentos.

A discussão vem gerando um debate sobre o comportamento do dono do estabelecimento e a liberdade do cliente em utilizar seus próprios dispositivos eletrônicos no local.

Será que essa situação acaba prejudicando mesmo a experiência dos demais consumidores, que frequentam esses estabelecimentos com o objetivo de desfrutar de uma refeição rápida ou simplesmente descontrair enquanto tomam um café? Ou, a prática de transformar esses locais em escritórios particulares acaba sobrecarregando a equipe de atendimento, uma vez que são necessários mais recursos para atender a demanda prolongada desses clientes?

Código de Defesa do Consumidor

Mas, afinal, o que diz o Código de Defesa do Consumidor (CDC) sobre?

Ademais, se houver restrições, é recomendável que os comerciantes forneçam justificativas plausíveis, a fim de evitar possíveis mal-entendidos ou insatisfação por parte dos consumidores. Isso pode ser feito através da inclusão dessas informações em cardápios ou da criação de placas informativas visíveis. Outra ideia é postar um comunicado no site ou nas redes sociais do estabelecimento.

Nesse ínterim, vale estabelecer políticas em relação ao tempo de permanência nas mesas. Pode-se, por exemplo, limitar o tempo máximo de ocupação ou até mesmo cobrar uma taxa adicional caso esse limite seja ultrapassado. Essas medidas não apenas garantem a rotatividade de consumidores, como também incentivam o uso desses estabelecimentos de forma mais consciente.

Políticas internas x Legislação vigente

Ao comunicar as proibições de forma clara, os comerciantes demonstram transparência e respeito pelo consumidor, permitindo que ele tome uma decisão informada antes de frequentar o estabelecimento. Ademais, uma comunicação eficiente sempre contribui para uma experiência satisfatória tanto para os clientes quanto para os próprios comerciantes.

Cabe ressaltar que, embora as empresas tenham o direito de estabelecer tais normas, é adequado que sejam razoáveis e proporcionais à natureza do negócio. Proibições excessivamente rígidas ou arbitrárias podem gerar insatisfação por parte dos consumidores, podendo impactar negativamente a reputação do estabelecimento.

Por fim, embora seja compreensível que muitos clientes desejem transformar locais de alimentação em escritórios particulares, é essencial promover a rotatividade de mesas para atender às demandas de outros consumidores. Implementar políticas claras e comunicá-las de forma profissional e cortês é a chave para encontrar um equilíbrio entre as necessidades dos clientes e a experiência como um todo.



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