O que a antropologia nos coloca como pedra de toque e é certamente sua maior contribuição é a chamada relativização, ou seja, o processo de se colocar no lugar do “outro” para entender como funciona sua dinâmica de pensamento, ação, construção social, cultural, valores morais, entre outros. Ou seja, seu modo de viver e agir.
Assim, o pesquisador percebe o “outro” para além de julgamentos morais e éticos e tenta entrar no seu universo primeiramente com o intuito de entender atitudes e posteriormente traduzir os porquês ou razões que utilizam.
Nesse contexto, o uso de categorias próprias utilizadas pelos pesquisados é um dos pontos mais importantes nesse processo de tradução que o antropólogo se predispõe a fazer. Mas para além disso, a Antropologia é sobre dar voz e traduzir a partir de um olhar por dentro e de perto o que as pessoas querem, são e suas motivações.
Mais do que nunca em tempos onde estamos caminhando a passos largos para o emprego da inteligência artificial em inúmeros setores da vida, a Antropologia que eu faço, a Antropologia Estratégica funciona como uma ferramenta de proximidade.
O que há de mais humano ganha um outro valor. A criatividade pautada no conhecimento emocional e simbólico, a liberdade de quebrar protocolos e o poder de se reinventar é um complicador para os famosos algoritmos, dessa maneira há de criarmos meios mais adequados para compreensão, leitura e interpretação. Robôs e sistemas trabalham com os dados, mas fica a grande questão: como trabalhar esse material e transformá-lo em contínuo conhecimento?
Antropologia sendo usada de forma estratégica é um caminho.