Uma reportagem do canal M6, da França, denunciou uma prática polêmica da Amazon. A empresa norte-americana é acusada de destruir milhares de produtos novos que não foram vendidos ou foram devolvidos. O programa “Capital”, do canal francês, exibiu a denúncia depois que um jornalista teve acesso a um dos armazéns da gigante varejista.
O repórter mostra como conseguiu ser contratado como auxiliar administrativo no almoxarifado de um dos armazéns da Amazon, em Saran. O jornalista filmou as práticas da empresa. As imagens mostram grandes recipientes destinados à destruição de produtos, que vão de fraldas e máquinas de café a televisores e brinquedos.
A reportagem teve acesso a contratos com parceiros da varejista. Os documentos dizem que, caso não haja venda, os produtos armazenados são devolvidos ou destruídos. A maioria dos objetos estavam lacrados na caixa. Outros eram produtos já usados, devolvidos por apresentarem algum tipo de defeito.
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Em um depósito pequeno da norte-americana, em Chalon-sur-Saône, mais de 293 produtos foram enviados para a sucata ou destruídos em apenas 9 meses, de acordo com lideranças sindicais.
Amazon foi questionada pela agência de notícias France Press sobre a denúncia. A empresa de Jeff Bezos disse que “faz o possível para reduzir o número de produtos devolvidos a fornecedores terceirizados” e que “para os produtos que não podem ser revendidos, trabalhamos com organizações como o Solidarity Giving e Food Bank, de forma que possam ser entregues a pessoas necessitadas”.
Em uma entrevista, Brune Poirson, secretária de Estado para a transição ecológica da França, disse estar chocada com a notícia. “Porém, tenho sorte de estar em uma posição para fazer mais do que ficar chocada. Essa questão do desperdício é uma prioridade minha desde quando fui nomeada, há um ano e meio”, completou.