A realização de eventos online disparou durante a pandemia, mas a acessibilidade é um fator que, infelizmente, ainda passa despercebido para alguns organizadores, apesar do grande público que precisa ser considerado nesse planejamento.
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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, pelo menos, 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no país, o que abrange quase 25% da população.
E, segundo dados da startup Even3, considerando que a quantidade de eventos online cresceu cerca de 300% no último ano, é essencial que organizadores garantam acessibilidade para deficientes físicos e visuais, já que é um público que também consome muito a internet, e precisa participar de forma ativa dessas ações.
E, mesmo que caminhemos para a reabertura total, com o avanço da vacinação, a expectativa é que o formato online continue em alta no próximo ano, podendo mesclar também para o formato híbrido.
Formato presencial, online ou híbrido:
qual proporciona a melhor experiência?
Cada vez mais as empresas e pessoas estão entendendo as vantagens de cada formato – presencial, híbrido e online.
O híbrido e online são os mais recentes, e permitem mais acessibilidade e menor custo para os organizadores e participantes: você tem potencialmente o mundo inteiro para assistir o seu conteúdo produzido, além de permitir você ter esse conteúdo sob demanda após o evento.
Para Leandro Reinaux, CEO da Even3, startup que simplifica a organização de eventos online, será natural ter estratégias com os três tipos de eventos.
“O híbrido e o presencial podem também ser uma amostra da experiência que haverá no presencial e o seu público passa a ter confiança para fazer um investimento maior em um evento presencial, por exemplo. Porém o híbrido e online ainda são muito novos para todo mundo, e está sendo um grande aprendizado em conjunto, dos formatos que funcionam, que atraem mais audiência e engajamento, além do próprio aprendizado de toda a cadeia de produção dos eventos, no formato online”, pondera o CEO.
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Contudo, para Leandro Reinaux, no quesito acessibilidade virtual, é preciso estudar e ouvir o seu público antes de qualquer decisão. “Como em qualquer evento, é preciso conhecer o público e pensar nas suas particularidades. Pessoas com deficiência também consomem muito o universo digital, por isso recomendamos que a acessibilidade seja fator obrigatório, que os conteúdos também sejam feitos pensando neles, gerando inclusão e abrindo grandes oportunidades para todos”, comenta o executivo.
“Existem diversos fatores necessários para que o evento atinja o sucesso, ainda mais nesse formato online, em que fica mais difícil entreter e interagir. Precisamos pensar nas melhores plataformas, horários, palestrantes, público e, sem dúvida, na acessibilidade”, completa.
5 dicas para garantir a acessibilidade em formatos online
Se você seguir as 5 práticas abaixo suas chances de sucesso são grandes. Confira:
1. Utilize formatos em PDF ou Word para materiais de apoio
Se o material for enviado em formatos de imagem, como PNG ou JPEG, será um empecilho para pessoas com deficiência visual, pois esses formatos impossibilitam o uso de leitores de tela, ao contrário do PDF e do Word.
2. Adote a descrição como prática no seu evento
Facilita muito quando o mediador ou palestrante descreve o ambiente e, principalmente, os slides ou recursos visuais utilizados na apresentação.
Nas redes sociais, é comum que imagens sejam usadas na divulgação do evento e não há problema nisso! Mas o ideal é que o texto da imagem seja descrito após a #paratodosverem ou por meio de áudios, caso a plataforma permita. A recomendação é descrever o essencial, não necessariamente cada elemento.
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3. Recursos para vídeos
É imprescindível que os organizadores não se esqueçam dos recursos para vídeos, como audiodescrição, legendas e intérpretes. Para as pessoas cegas ou com baixa visão, um recurso que pode ser utilizado é a audiodescrição, ou seja, uma faixa narrativa adicional com a tradução das imagens. Nesse caso, pode-se contratar uma empresa especializada e optar pelo formato de vídeo gravado, para facilitar a edição.
Outro cuidado é tornar os vídeos acessíveis para pessoas com deficiência auditiva. Uma opção é inserir legendas em vídeos gravados ou contar com intérpretes de Libras.
4. Evite X e @ na comunicação de linguagem não binária
Quando não queremos apontar gêneros binários na comunicação, é comum adicionarmos caracteres x e @ nas palavras para representar todas as pessoas. Mas essa intenção e esses caracteres não são entendidos pelos leitores de tela, que farão a leitura ERRO e não vão reconhecer o que está escrito. Como alternativa, o mais indicado é utilizar a comunicação neutra, que usa o “E” para substituir o gênero nas palavras.
5. Repita seu nome durante a transmissão mais de uma vez
É recomendável que o apresentador e palestrante fale seu nome diversas vezes durante a transmissão online. Assim, pessoas com deficiência visual podem fazer a relação e a adaptação da voz ao nome da pessoa e à sua descrição.
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