Brasília nunca esteve tão movimentada. Muito aconteceu nesta semana o que mostrou o quão frágil o País está em termos políticos e econômicos. O varejo não está alheio a essas inconstâncias e se posiciona. NOVAREJO ouviu executivos do setor de diversos segmentos, de serviços a e-commerce, para saber o que eles pensam sobre esse momento tenso e como tanta instabilidade tem impactado em seus negócios.
Reinaldo Varela, fundador e presidente do Divino Fogão
?Temos buscado alternativas para poder passar por essa crise política e econômica. A queda do PIB, o desemprego, a restrição ao crédito e o desânimo generalizado são fatores que impactam o País e não apenas o nosso negócio. Embora o setor de alimentação seja um dos que menos sofreram com a crise, não há dúvidas de que fomos afetados por toda a desaceleração econômica?.
Wilson Giustino, presidente e fundador do CEBRAC (Centro Brasileiro e Cursos)
?De maneira geral, nosso segmento não tem sentido tanto os reflexos da instabilidade. Temos percebido que há uma procura maior por cursos profissionalizantes diante da necessidade de se manter competitivo no mercado de trabalho. Vemos que o índice de desemprego tem aumentado, então uma forma de não perder oportunidades é manter-se atualizado. Nos últimos seis meses, a média de matrículas das escolas cresceu em torno de 12%?.
Filipe Sisson, fundador e CEO da iGUi Piscinas
?A medida que o cidadão fica inseguro com o futuro do seu país, ele posterga seus planos e decisões e isso impacta diretamente o mundo dos negócios e, principalmente, o varejo. Nós da iGUi não interrompemos nossos planos de investimentos em inovação e novos produtos, porém, é preciso mais confiança para que o consumidor possa responder a essas novidades no ponto de venda?.
Cristina Franco, CEO Brasil da 5àsec
?A instabilidade que reduz o mercado nos leva para um objetivo único: centrar nossas forças para ter foco na redução de custo, maior encantamento do cliente e motivação para atravessar a crise. Com isto estamos preparados para não naufragar nela?.
Edson Ramuth, presidente e fundador do Grupo Multifranquias
?A instabilidade política que estamos vivendo atualmente nos leva a vivenciar uma crise de confiança no País causando uma retração no consumo. O resultado disso podemos sentir na queda de faturamento nas unidades de cerca de 10% este ano?.
Ricardo Marcondes, diretor de Expansão da Tip Top
?Com a crise, estamos tendo mais empenho para atrair e fidelizar o consumidor. Estamos fazendo um trabalho mais exigente nas lojas, com diferenciais nos produtos, criando novidades para ser um atrativo e principalmente prezando pela excelência no atendimento aos consumidores para não deixar afetar o fluxo da marca. Por isso, investimos forte na ponta, no treinamento?.
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Alcides Debus, diretor-presidente da Rabusch
?A instabilidade política gera falta de credibilidade ao mercado. Com isso a Bolsa e o dólar oscilam negativamente. Estamos operando num mundo globalizado, portanto, boa parte dos produtos que comercializamos são indexados ao dólar, dessa forma, ou corremos o risco e perdemos dinheiro, ou aumentamos os preços e não vendemos. Estamos entre esses dois polos?.
Denner Alves, executivo da Lindaella
“A instabilidade política afeta o setor de uma maneira geral. Em todos os aspectos sentimos uma baixa, porém em nosso nicho essa instabilidade ajuda. O formato de revenda direta de sapatos abre um meio de ?renda extra? para as empreendedoras com pequeno investimento e risco baixíssimo. A empreendedora enxerga essa proposta como uma saída em tempos de crise “.
Clovis Souza, fundador da Giuliana Flores
?Passar por três crises econômicas e transformar uma banca de flores em um dos e-commerces mais representativos do país têm sido nosso melhor termômetro de sucesso. Em pleno momento de crise, 2015 foi um ano especial para a Giuliana Flores, isso porque crescemos 20% em relação a 2014. Testamos novos modelos de negócio, investimos ainda mais em ações de marketing e estamos ampliando nossas parcerias por todas as capitais do país, com o objetivo de manter a marca na cabeça dos novos e antigos clientes?.
Alberto Fujita, co-fundador e diretor de operações da EZ Commerce, plataforma de e-commerce voltada a PMEs
?A dificuldade nas vendas dos nossos clientes acaba afetando o nosso faturamento, já que atuamos como fornecedores diretos. Mas, por outro lado, o desemprego estimula o empreendedorismo, muitas pessoas acabam optando por abrir seus próprios negócios na Internet, que ainda é um mercado em crescimento, e assim conquistamos novos clientes, especialmente pequenas e médias empresas?.
Rafael Augusto, diretor de Marketing da Patroni
“A crise política interfere no nível de confiança do investidor, e no aumento do Risco Brasil. Isso leva a falta de previsibilidade e planejamento de longo prazo. Não obstante a isso, nossa previsão de crescimento se mantém em 10%, pois o setor de alimentação e um dos mais seguros de se investir, e a marca Patroni, com mais de 30 anos de experiência e atuação no varejo sugere maior segurança. Trabalhamos pela busca dos melhores caminhos em qualquer cenário, e por isso criamos a operação Patroni Expresso, com menor investimento e menor risco”.
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