Estamos em fase de adaptação de certos hábitos em meio a uma rotina de isolamento social que nos impõe restrições diversas. A maneira de comprar produtos não duráveis, como alimentos frescos e industrializados, itens de higiene pessoal e limpeza, mudou repentinamente.
Muitos consumidores estão planejando mais suas compras, pesquisando as melhores ofertas, escolhendo os canais físicos e digitais, reduzindo a frequência e tempo em lojas físicas, buscando resolver suas necessidades com praticidade e segurança.
Os canais digitais e aplicativos ganham novos clientes que realizam suas compras em supermercados pós-pandemia. Segundo o último relatório Webshoppers 41º da Ebit Nielsen, o canal de autosserviço cresceu 31% em novos consumidores, que impulsionaram o crescimento do faturamento do canal.
No varejo físico, a maioria dos consumidores prefere lojas com mais variedade de categorias para realizar compras em um só local. Muitos continuam a frequentar atacarejos pela equação de valor oferecida e supermercados de bairro pela proximidade. As lojas vêm sofrendo alterações para garantir exigências sanitárias de funcionários e clientes, com controle de fluxo, distanciamento seguro entre as pessoas e normas rígidas de higienização.
Com objetivo de integrar os canais e garantir resultados, muitos varejistas intensificam as soluções de conveniência como o click & collect, o drivethru, agendamento de horário no checkout, lockers para retirada, parcerias com aplicativos e o delivery próprio. É fundamental atender as demandas dos shoppers evitando ao máximo o contato (contactless) e minimizando riscos de contágio.
Neste momento, o sentimento de medo que predomina entre os consumidores brasileiros deve ser respeitado. A compra está mais pragmática sob as necessidades de segurança e proteção da saúde da família.
As pessoas estão vivendo com incertezas sobre o cenário econômico e a perspectiva sobre a renda futura, portanto o preço não deixa de ser um atributo relevante na escolha do varejista[2]. Há uma certa intolerância com a ruptura de produtos essenciais, que impede que os shoppers cumpram sua missão de compra em apenas um canal.
A volta ao básico na implementação do marketing mix no varejo é essencial. O sortimento inteligente por formato de loja com presença constante de itens essenciais, o preço adequado de acordo com estratégia da categoria no varejista, a oferta visível de produtos e serviços combinados por ocasião de consumo, promoções com participação descomplicada, comunicação que demonstre a segurança e a empatia com o momento atual, o acesso aberto aos canais de atendimento para informação e resolução de problemas. Essas soluções têm exigido colaboração entre indústria, varejo e parceiros diversos, que devem estar focados nas demandas dos consumidores em cada onda da pandemia.