Os empresários do setor de varejo e de serviços esperam com ansiedade a reforma da Previdência. É o que mostra pesquisa da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). Eles ouviram empresários do setor de varejo e serviços e constataram que para 76,9% deles a reforma é necessária.
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A proposta que está sendo discutida pelo Governo define uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria a valer para homens e mulheres, tanto da iniciativa privada quanto do setor público. Trabalhadores com idade acima de 50 anos seriam submetidos a um regime de transição. As principais justificativas para a alteração da regra é o déficit da previdência e a evolução demográfica do país.
“No ano passado, o déficit do INSS foi de R$ 86 bilhões, quadro que se agrava quando se põe na conta as projeções do IBGE que indicam que a população acima de 60 anos, hoje estimada em 12% da população total, poderá representar 30% dos brasileiros em 2030. No ritmo atual, essa conta ficará insustentável no futuro, sem garantia de que os benefícios poderão ser pagos integralmente”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Segundo a pesquisa, apenas 15,2% dos empresários desses segmentos disseram que as regras devem ser mantidas como estão. Apesar da maioria dos empresários consultados considerar a reforma necessária, nem todos avaliam que as propostas apresentadas até o momento são as melhores: 39,4% defendem mudanças na legislação com regras diferentes das que estão em discussão atualmente.
Ao todo, 48,7% dos empresários acreditam que a reforma da Previdência deve ser urgente. Dentre os motivos para que as alterações sejam feitas de maneira rápida, o mais citado é o alto déficit na previdência (44,8%), seguido daqueles que acreditam que o sistema é injusto e deve ser resolvido o quanto antes (37,0%). Considerando os 37,8% de entrevistados que defendem o adiamento de uma decisão, o motivo mais mencionado é a necessidade de se pensar a reforma de maneira mais profunda (76,5%).
“A economia brasileira vive uma das maiores recessões de sua história com uma situação fiscal bastante desfavorável. Entre tantos ajustes necessários para reestabelecer o crescimento sustentável, um dos mais importantes é a reforma da previdência, que poderá equilibrar o orçamento público garantindo um futuro de prosperidade para todos os brasileiros”, disse o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.