A intenção dos micro e pequenos empresários de varejo e serviços, de fazer investimentos, subiu pelo segundo mês consecutivo, e passou de 24,20 pontos em julho para 28,08 pontos em agosto. Apesar da alta, o resultado ainda está abaixo do pico da série histórica, de maio de 2015.
Quanto mais próximo de 100 pontos, maior a propensão de investir e quanto mais próximo de zero, menor a propensão de investir.
Ao todo, 69,9% dos micro e pequenos empresários de varejo e serviços não pretendem investir nos próximos três meses, segundo dados apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Uma das razões para evitar os investimentos é a falta de confiança em razão da crise, motivo apontado por 43,1% dos entrevistados.
Para Honório Pinheiro, presidente da CNDL, a retomada da economia poderá aumentar o apetite das MPEs por investimento, mas o cenário ainda é de receio. “Por enquanto, o quadro é de arrefecimento da piora das condições econômicas”, alerta Pinheiro. “Alguns indicadores macroeconômicos já dão mostras de que a pior fase da crise pode ter ficado para trás, mas a plena recuperação das condições ainda será lenta e gradual”, analisa.
Segundo o levantamento, outros 38,1% dizem não ver necessidade de investir e 14,1% afirmam ter feito investimentos recentes. “Além do impacto da crise econômica, o aumento do custo do capital torna os empresários mais cautelosos para expandir seus negócios com investimentos”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
Entre os que pretendem investir nos próximos 90 dias (21,7%), os investimentos prioritários serão a compra de equipamentos, maquinário e computadores (32,2%), o investimento em mídia e propaganda (28,2%), a ampliação de estoques (27,6%) e a reforma da empresa (24,7%).
Por fim, 58,6% dos empresários que pretendem investir, afirmam que têm como objetivo aumentar as vendas e, para 53,4% a principal fonte de recursos será o capital próprio, retirado da poupança e de investimentos financeiros ou da venda de algum bem (20,7%).