Para quem pensa que o aumento do dólar só afeta o bolso de quem vai viajar, é bom reavaliar o orçamento. No varejo brasileiro, o mix de produtos é vasto e inclui muitos itens importados e outros tantos cujas peças e matérias-prima principais vêm de fora do País.
O resultado é que as gôndolas vão ficar mais caras. O dólar, que bateu os R$ 4,15, já acumula alta de 50% nos primeiros meses deste ano. E não vai ter jeito: segundo a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o varejista não vai conseguir segurar os repasses de preços.
“Diante da crise econômica, a capacidade de repassar aumentos de custos para os preços do varejo é cada vez mais restrita e depende das características de cada mercado, tendendo a ser maiores no caso de bens essenciais, como alimentos. Já os setores de bens semiduráveis e duráveis tendem a enfrentar mais dificuldades para repassar aumentos de custos”, disse a Federação, em nota.
Confira os itens que a Federação elencou como os mais propensos a encarecer no curto prazo, entenda o motivo e prepare o bolso.
1. Azeite, vinhos e peixes: principalmente o bacalhau e salmão, porque são itens importados.
2. Trigo: porque quase metade do trigo consumido no País é importado.
3. Pães e massas: por causa do trigo, principal matéria-prima, esses itens vão ficar mais caros.
4. Grãos como soja, milho e café: mas são produtos nacionais?! Pois é, mas são commodities, ou seja, itens que o Brasil exporta muito para os outos países e, por isso, são cotados em dólar no mercado internacional. Daí pesa a lei da oferta e procura: como para o produtor ficou mais vantajoso exportar mais esses itens (porque ele vai receber em dólar), a quantidade desses produtos no mercado interno vai ser menor. E quanto menor a oferta e maior a procura, o preço tende a subir.
5. Carnes: vale a mesma regra dos grãos. Esse item deve ficar mais caro por tabela.
6. Cosméticos: maior parte da matéria-prima utilizada pelas marcas é importada….daí, já viu.
7. Eletrônicos e eletrodomésticos: mesma lógica. Mas, neste caso, o aumento deve demorar um pouquinho pra chegar ao varejista e, por consequência, ao consumidor.
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