Que atire a primeira pedra quem nunca escutou o dizer popular “É errando que se aprende” ou não se deparou com histórias de empreendedores que fecharam as portas, perderam dinheiro antes mesmo de ver o negócio decolar? Pois é, situações como essas são mais comuns do que se imagina. Ao passo em que o mercado vem tentando recuperar fôlego – mesmo com uma economia sensível e preocupante -, uma nova era de empreendedores está aí para provar que é no mar agitado que se lança as redes para atrair as melhores oportunidades.
Números divulgados pela Associação Brasileira de Franquias (ABF), em 2015 o setor de Franchising criou mais de 90 mil postos de trabalho no país. Já dados da Rizzo Franchise, no Balanço do Franchising de 2015, mostra que, atualmente, o mercado é composto por mais de 3 mil franqueadores e as franquias são responsáveis por quase um décimo de toda a riqueza gerada pelo país, representando 9,9% do PIB brasileiro.
Para elucidar as principais dúvidas de quem vai começar ou já está empreendendo, Luciano Lugli, sócio fundador do Grupo E-Lar, dono da marca Especialista do Lar, com expertise na área de Gestão Estratégica de Negócios e Gerenciamento de Projetos, conta quais são os erros mais comuns que muitos cometem ao dar o primeiro passo e dá dicas para não entrar contramão dos negócios.
1) Não procuram estudar. A pessoa que quer abrir uma franquia, antes de mais nada, precisa pesquisar, entender o mercado e conhecer as marcas ofertadas, é importante saber os detalhes e analisar se a empresa tem muitas reclamações nos fóruns de discussão, a percepção dos clientes em páginas nas redes sociais também pode ser uma boa opção de fácil acesso. É essencial conhecer as regras, a filosofia da empresa, dinâmica e a estrutura do franchising. Para isto, existem várias escolas e instituições que, por um preço acessível, oferecem treinamentos para o futuro empreendedor.
2) Não se preparar financeiramente. É um erro muito comum de quem começa a pensar em empreender. Antes de assinar um contrato é necessário fazer os estudos financeiros para não ter surpresas após o início das operações. Ter conhecimento e a realidade financeira que implicará em ter uma franquia aumenta, sem sombra de dúvidas, o índice de sucesso.
3) Não saber o papel do franqueador. O franqueado precisa sempre participar de assuntos que são de interesse corporativo, mas, na maioria das vezes, o franqueado cuida apenas da sua franquia, ele desconhece o todo. Ele precisa saber que, em muitos momentos, não terá voz ativa e as decisões tomadas pelo grupo impactam de forma positiva ou negativa. Uma pessoa que sempre sonhou em ter liberdade, e não gosta de seguir regras, com certeza terá dificuldades em ser um franqueado.
4) Achar que o negócio está garantido. As pessoas pecam na abertura de uma franquia por achar que existe uma segurança para o sucesso ou que o modelo de franchising é uma garantia só porque o contrato foi fechado. O sucesso depende, sobretudo da troca de informações, apoio que deve ter dos dois lados, dedicação do franqueado, suporte e treinamento para administrar, fazer controles financeiros, operacional e comercial. Este tipo de treinamento é aplicado por empresas sérias que buscam desenvolver potenciais empreendedores.
5) Dedicar pouco tempo à franquia. Abrir uma franquia não significa trabalhar menos ou pouco, significa ser dono de um empreendimento e, todo negócio, requer dedicação para que dê certo, ter o controle das operações, custos etc. Designar que essas responsabilidades sejam conduzidas por um terceiro, por alguém com pouco entrosamento ou vínculo, pode trazer consequenciais negativas ao longo do tempo. Alguns buscam tranquilidade e qualidade de vida na decisão de empreender, e isso é um erro.
6) Investir pouco em marketing e comunicação. A comunicação ‘boca a boca’, expressão popularmente conhecida é, sem dúvida, eficaz. No entanto, muitos franqueados não o fazem e esperam que somente a franqueada divulgue os serviços e/ou produtos. Fazer ações pontuais que sigam todas as regras da franqueadora podem trazer ótimos resultados, procurar por parceiros e profissionais especializados nessa área é uma boa ideia para, aos poucos, difundir e consolidar a marca conhecida no mercado e torná-la conhecida. Hoje existem opções para investir em mídias sociais, por exemplo, com baixo custo para o empreendedor iniciante que ainda não dispõe de orçamentos autos para divulgar a marca.