No início de agosto o Brasil teve, pela primeira vez, a faixa do 5G ativada e desde então tem expandido o acesso a esta nova geração de internet por diversas capitais, como Brasília, que estreou a lista, Porto Alegre, João Pessoa, Belo Horizonte e São Paulo. De acordo com a Anatel, as demais capitais devem receber a novidade até o dia 29 de setembro, quando será encerrado o prazo concedido às operadoras.
Presente em mais de 30 países, como Reino Unido, Japão, Austrália, Estados Unidos e Finlândia, a tecnologia 5G é a quinta geração de internet móvel e surge com o objetivo de elevar a níveis altíssimos a velocidade das conexões e a transferência de dados de maneira simultânea, propiciando também uma redução na latência, que diz respeito ao tempo gasto entre a saída das informações do servidor e a chegada das mesmas em um determinado dispositivo.
De maneira mais didática, a latência, conforme ilustra o Portal da Indústria, pode ser exemplificada pelo seguinte caso: um celular com 4g gasta até 54 milissegundos para processar um download de vídeo de 1 Gigabyte, ao passo que o 5G permite que cerca de 20 Gigabytes sejam processados entre 1 e 2 milissegundos.
Além de melhorar a velocidade de conexão, 5G tende a aumentar rede de cobertura
Um outro ponto a ser comentado com relação ao 5g gira em torno da rede de cobertura, já que a tendência é que a abrangência desta nova geração de internet chegue a um milhão de aparelhos por quilômetro, enquanto que a modalidade antiga cobria aproximadamente 10 mil celulares por km, segundo o Portal da Indústria.
Isso sem falar, é claro, da redução de energia se comparado às redes atuais, tendo em vista que a estimativa da GSMA, organização internacional dedicada a implantação das redes 5G, é de que esta nova modalidade economize até 90% da energia usada pelo 4g, tornando-a mais ecológica.
Para entender mais sobre esta novidade digital, o Conarec 2022 convidou o presidente da Teleco, empresa de consultoria em telecomunicações, Eduardo Tude, que discorreu sobre a experiência do cliente na ótica do 5G.
Brasil está na primeira fase do 5G, segundo especialista
“O que esperar do 5G no início de operação no Brasil?”, inicia o especialista, que continua: “para falar sobre isso, é interessante compreender que a tecnologia do 5G foi pensada como um triângulo, com três fases principais: a banda larga aprimorada, as aplicações em tempo real e a internet das coisas”, explica Eduardo Tude.
O primeiro termo, segundo o próprio palestrante, está voltado para a promoção de boas experiências aos usuários, como a velocidade mais alta, por exemplo. A segunda expressão, ou seja, as aplicações em tempo real, relacionam-se a baixa latência, enquanto que o último tópico, mais conhecido como IoT, permite a interconexão entre diversos tipos de equipamentos de forma a integrar diferentes ambientes e otimizar atividades do dia a dia.
“Quando vemos as implementações do 5G no Brasil, podemos notar que estamos galgando os primeiros passos da primeira fase, que é a banda larga aprimorada, onde é possível utilizar o núcleo da rede 4g. As outras etapas, por sua vez, necessitam de mais desenvoltura e devem se consolidar ao longo do tempo”, comenta o diretor da Teleco.
Cerca de 8 milhões de celulares possuem conectividade 5G no Brasil
Com relação à etapa inicial, na qual o Brasil se encontra, Eduardo Tude afirma que “a velocidade de download no Brasil melhorou 2,4 vezes para os usuários conectados no 5G se comparados aos conectados no 4G. Para além, o país terminou o primeiro semestre de 2022 com um alto índice de celulares aptos em sua base para receber esta nova tecnologia”, salienta o diretor. Aqui, é válido destacar que as operadoras Claro, TIM e Vivo somaram, no início de agosto, cerca de 8 milhões de celulares com conectividade 5G, conforme divulgou o site Mobile Time.
O avanço dessa experiência virtual, entretanto, esbarra em alguns dilemas a serem enfrentados, como a própria legislação brasileira, que transfere aos municípios o dever de administrar o uso do solo e, consequentemente, a instalação das antenas da rede 5G.
Segundo uma matéria divulgada pela Veja, a licença para essa instalação pode levar até 6 meses em algumas cidades, o que atrasa a expansão da conectividade para todo o país. Ademais, ainda que muitas cidades passem a receber o sinal da quinta geração, o processo de migração tende a ser gradual e pode causar frustrações no público.
“Em suma, a experiência do cliente com o 5G vai melhorar consideravelmente, mas é necessário ter a consciência de que ao se locomover, por exemplo, ocorrerá a alternância entre as conexões, o que poderá repercutir na qualidade do acesso. Quando o 4G foi lançado, ficamos migrando do 4G para o 3G durante um período, mas aos poucos isso foi melhorando”, finaliza Eduardo Tude, salientando que o investimento em infraestrutura tende a facilitar o processo de transição.
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