Pensar em sustentabilidade deixou de ser apenas um ponto positivo das empresas e passou a ser imprescindível. A agenda ESG ganha cada vez mais valor com a alta competitividade nos negócios, e a cobrança não vem apenas do consumidor, mas também do colaborador. Segundo um estudo realizado pela Robert Half, empresa global de consultoria de recursos humanos, 83% dos profissionais que buscam um emprego apontam as boas iniciativas ESG como um fator importante para aceitar uma oferta de trabalho.
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Adotar políticas ambientais, sociais e de governança tornou-se indispensável para a reputação da marca e a fidelização do cliente. Dados do IBM Institute Value mostram que, entre os clientes que enfatizam o impacto social e ambiental do consumo, mais de 70% pagariam um adicional de 35%, em média, por marcas sustentáveis.
A tecnologia vem sendo uma grande aliada das marcas não só do ponto de vista econômico e social, mas também ambiental, possibilitando soluções inteligentes para mais produtividade com menos recursos. E com a chegada da quinta geração de comunicação móvel, o 5G, a expectativa é uma economia mais verde, especialmente com o impulsionamento da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês).
Economia e sustentabilidade andando juntas no futuro próximo
O relatório Environmental sustainability and a greener economy: The transformative role of 5G, divulgado recentemente pela Qualcomm, mostra como essa tecnologia pode trazer benefícios em relação à sustentabilidade, transformando e impactando positivamente as indústrias no mundo todo.
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Segundo o relatório, em 2050 a população da Terra terá saltado de 7 para 10 bilhões, quadruplicando a economia e criando uma demanda crescente por energia (cerca de 80% a mais do que atualmente) e recursos naturais. Como é imprescindível que as indústrias assumam sua responsabilidade sobre a preservação dos recursos naturais e redução das mudanças climáticas, o documento pede a aceleração na implantação das redes 5G e na transformação das operações a fim de alcançar benefícios sustentáveis.
Só nos Estados Unidos, a estimativa é que o lançamento do 5G crie até 300 mil novos empregos verdes até 2030 (com a demanda de profissionais da área soluções em IoT, por exemplo); reduza a emissão de mais de 370 milhões de toneladas de gases de efeito estufa em 2025; economize 410 bilhões de galões de água anualmente; use 50% menos pesticidas e aumente a eficiência de combustível em 20% (com sistemas de gerenciamento otimizados).
O relatório da Qualcomm lista alguns casos de uso da tecnologia 5G que vão contribuir significativamente para a redução de gases de efeito estufa em 2022:
Smart Living e Smart Buildings
Algo que já virou desejo e necessidade, com o 5G as pessoas poderão realizar a maior parte de suas atividades diárias de forma remota, evitando deslocamentos. Nos prédios inteligentes, sensores e dispositivos vão facilitar a automação da gestão, oferecendo monitoramento contínuo (de água, energia e temperatura, por exemplo), reduzindo o desperdício e aumentando a consciência de consumo.
Indústria e agricultura
Com velocidade até 20 vezes maior do que as atuais redes de banda larga, latência ultrabaixa e extrema confiabilidade, o 5G vai permitir melhorar a produtividade e a eficiência na indústria, com controle automatizado e preciso. Um exemplo citado pelo relatório é a possibilidade de gerenciar o estoque de maneira mais eficaz, reduzindo a necessidade de energia e espaço.
Na agricultura, os benefícios serão principalmente na redução do consumo de água e de pesticidas, além de melhorar a saúde do solo e otimizar a colheita, também usando o monitoramento contínuo, análise e controle via 5G.
Agenda ESG na construção de reputação da marca e fidelização de clientes
A agenda ESG já é essencial para conquistar consumidores, especialmente das gerações Y (os millennials) e Z. A geração Z é a que mais leva em conta a sustentabilidade ao escolher uma marca para consumir, segundo uma pesquisa realizada pela First Insight. É esse grupo, também, o que mais toma decisões de compra baseadas em valores e princípios pessoais, sociais e ambientais. Os millennials não ficam muito atrás: enquanto 73% dos consumidores da geração Z estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis, 68% dos millennials também estão.
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A fidelização, no entanto, vai depender da sustentabilidade ser um valor das marcas, e não só uma estratégia de marketing. “Os consumidores querem se envolver com marcas que compartilham seus valores, isso cria conexão e ajuda a construir uma relação de confiança e lealdade. Mas não adianta apenas anunciar, precisa estar no core business das organizações”, salienta o consultor em governança corporativa Uranio Bonoldi.
Vale lembrar que a sigla ESG significa governança ambiental, social e corporativa, portanto, não basta que as marcas se atentem apenas às questões relativas ao meio ambiente. Dados da McKinsey mostram que mais de 70% das pessoas pertencentes à geração Z parariam de comprar de uma empresa se ela fosse considerada racista ou homofóbica.
Ou seja, seguir a agenda ESG também é adotar políticas de respeito à diversidade. Apesar de as empresas já estarem avançando em práticas e políticas de diversidade e inclusão, ainda é necessário levar essa diversidade aos cargos de liderança.
Segundo a pesquisa Diversidade e inclusão nas organizações, conduzida pela Deloitte, grupos minorizados em geral ocupam menos de 5% dos postos de liderança. “A diversidade nas instâncias de tomada de decisão é fundamental para que as organizações possam acelerar transformações culturais e definir um posicionamento estratégico mais em linha ao que se espera hoje de uma empresa ética, plural e inclusiva”, aponta Ângela Castro, líder da estratégia ALL IN da Deloitte.
A expectativa é que não só o 5G colabore com a adoção de práticas relativas à agenda ESG, mas também a chegada da geração Z aos cargos gerenciais faça as empresas avançarem nesses quesitos. “A geração dos Millennials, tendo alcançado cargos de alta liderança, aliado à parcela mais velha da Geração Z no mercado de trabalho, faz com que a importância dessas pautas aumente, visto que são eles os mais exigentes em relação à responsabilidade social”, completa Uranio Bonoldi.
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