Os estoques do comércio da Região Metropolitana de São Paulo estão acima do ideal, revelou pesquisa realizada mensalmente pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) e divulgada hoje (23). Os dados mostram que 39,8% dos comerciantes alegaram estar com estocagem além do ideal em maio, o segundo valor mais alto já registrado na série iniciada em junho de 2011.
Já a parcela de comerciantes com volume aquém do desejado somou 16,3% em maio, ante os 15,4% de abril.
No mês, na comparação com abril, houve ligeira queda no número de empresários que afirmaram estar com excesso de mercadoria estocada, o que ajudou a elevar o indicador em 2,1%. O índice passou de 85,6 para 87,4 pontos. Na comparação com maio do ano passado, quando o índice de adequação dos estoques marcou 98,5 pontos, o valor é 11,2% inferior.
O índice que capta a percepção dos comerciantes em relação ao volume de mercadorias estocadas nas lojas varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos 100 pontos é o limite entre inadequação e adequação.
Para a assessoria econômica da FecomercioSP, apesar da leve melhora em maio, ainda existem muitos comerciantes com excesso de mercadoria estocada. “A despeito do conservadorismo do empresário do varejo, está muito difícil vender e, com isso, a tendência é que o resto da economia também continue em ritmo de espera, já que o quadro de estoques no setor aponta para queda da demanda no atacado e na indústria”, avaliou a Federação.
Conta ainda a confiança de empresários e consumidores, que teve uma leve reação positiva entre abril e maio, reflexo da aparente definição do cenário político e da expectativa de que medidas sejam adotadas para enfrentar a crise econômica. Com isso, é possível que os comerciantes tenham errado a mão na hora de comprar e montar o estoque.
Os economistas da Federação reforçam ainda que parte da recuperação depende principalmente de confiança e pode ocorrer em curto prazo, mas uma retomada vigorosa dos investimentos está condicionada à implementação de reformas e políticas macro e microeconômicas que surtirão efeito somente em médio prazo.