O assunto ?inflação? já foi bicho de sete cabeças para muita gente, em especial aos que sentiram na pele os reflexos dela antes do real se estabelecer como moeda. Hoje, por pior que possa parecer, não é motivo para desespero, mas é uma ótima oportunidade de se reeducar financeiramente.
Parece loucura falar em poupar e realizar sonhos materiais em época de crise, mas é possível sim. Convido a todos a conhecerem e aplicarem a metodologia que desenvolvi, que é base para programas de educação financeira em escolas, empresas e cursos para pessoas físicas. São quatro passos que vão te ajudar a proteger o dinheiro da inflação e ter uma vida de mais realizações.
A primeira coisa é fazer um diagnóstico da situação financeira. Saber exatamente quais são os ganhos mensais e para onde está indo cada centavo do dinheiro. Uma dica é separar as despesas por categorias; assim, é possível analisar com o que está sendo gasto e diminuir ou cortar os supérfluos e excessos. Terá uma visão micro e macro das finanças, podendo, a partir daí, fazer planejamentos.
A próxima etapa é estabelecer objetivos/metas com clareza e o máximo de informação possível. Liste, pelo menos, três sonhos: um de curto (até um ano), um de médio (de um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos), sabendo quanto custam e quanto poderá poupar mensalmente para cada um.
A ideia é direcionar aqueles valores que conseguiu cortar dos gastos do dia a dia para essa finalidade. Isso é saber priorizar. O que realmente importa na sua vida, satisfações pequenas e pontuais, por meio de compras impulsivas ? e até compulsivas ?, ou realização de sonhos?
Isso nos leva ao terceiro passo: orçar. A maioria das pessoas aprendeu a fazer o orçamento financeiro da maneira errada, realizando a conta Ganhos -Gastos = Lucro/Prejuízo. O grande segredo é fazer Ganhos – Sonhos – Gastos.
A partir daí, o segredo é saber poupar corretamente. Qualquer um pode investir seu dinheiro, basta entender que a melhor aplicação é aquela que se encaixa no prazo do sonho a ser realizado. Nem sempre o que parece ter um ótimo rendimento é o melhor para o que você precisa.
Por exemplo, para os de curto prazo (até um ano), Tesouro Direto é uma boa opção. Para médio prazo (de um a dez anos), os títulos públicos também são bons, assim como CDB e Fundo de Investimento. E para longo prazo (acima de dez anos), os títulos ainda se encaixam, além de Previdência Privada e ações. Vale a pena pesquisar mais sobre o assunto e procurar ajuda de especialistas.
Dessa maneira, os objetivos serão prioridade e o padrão de vida será reestabelecido, evitando se endividar inconscientemente e se tornar inadimplente, como vemos muito por aí. Percebem que é um processo bem estabelecido, que conta com planejamento e funciona de verdade, se tiver foco e disciplina? E mais: só depende de cada um.
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Reinaldo Domingos é educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.